No porto de Paranaguá (PR), a última atualização é de que os protestos diminuíram o movimento de cargas em 27 % ante o normal para esta época do ano
Por Redação, com Reuters – de Brasília/São Paulo:
Os protestos de caminhoneiros contra a alta do diesel continuam em diversas rodovias do país e afetam alguns portos, incluindo o de Santos (SP), o maior e mais importante do país, mesmo após o anúncio na véspera de um acordo entre a categoria e o governo.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) não tinha de imediato uma atualização sobre quantos Estados registram protestos.
De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp); o fluxo de caminhões no porto de Santos praticamente não ocorre e verifica-se redução nas operações de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais; embora as operações de carga e descarga de navios continuem a ser realizadas.
No porto de Paranaguá (PR), a última atualização é de que os protestos diminuíram o movimento de cargas em 27 % ante o normal para esta época do ano. O terminal registrou uma queda nas exportações de granéis; ao passo que a importação de fertilizantes foi interrompida em berços de atracação em que o transporte da carga é feito por caminhões.
Via Dutra
Na Via Dutra, principal eixo de ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, há ao menos quatro pontos de interdição, nos municípios paulistas de Jacareí, Pindamonhangaba e Lorena e nos fluminenses de Barra Mansa e Seropédica.
Na Anhanguera, que liga a capital paulista ao interior do Estado; houve bloqueios tanto na chegada a São Paulo quanto na região de Limeira.
Houve também manifestações na Fernão Dias, rodovia entre São Paulo e Minas Gerais. De acordo com a concessionária que administra a estrada; são 16 bloqueios ao longo da via, espalhados nos dois Estados.
Reabastecimento de produtos perecíveis no varejo
A greve dos caminhoneiros já compromete a reposição de produtos, especialmente perecíveis; nas prateleiras de lojas e supermercados do país, levando alguns grupos varejistas a adotar medidas preventivas para evitar uma crise mais aguda de desabastecimento, em meio a incertezas sobre quando o governo e a categoria chegarão a um acordo para resolver o impasse.
Motoristas autônomos iniciaram na segunda-feira um protesto nacional contra tributos que elevam o custo do diesel; bloqueando estradas e rodovias em 23 Estados e no Distrito Federal; movimento que na quarta-feira ganhou a adesão de transportadoras de cargas.
Não tardou para que a paralisação se refletisse nas cadeias de abastecimento; afetando a produção de alimentos e gerando longas filas em postos de combustíveis em todo o país.
Produtos
– Combustível e alimentos são produtos que dependem de abastecimento diário. Vamos sentir mais o problema nos bens não duráveis… Vamos ver quanto dura (a greve), o impacto é maior quanto mais demorar – disse à agência inglesa de notícias Reuters na quinta-feira o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina.
Pelo menos 13 Estados reportaram problemas de abastecimento em supermercados até agora; informou Associação Brasileira de Supermercados(Abras). “Por enquanto, ainda não temos estimativas de perdas e prejuízos”, disse a associação em nota à Reuters.