Campanha de desarmamento é ampliada

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Publicado quinta-feira, 9 de dezembro de 2004 as 18:50, por: CdB

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou na quinta-feira a prorrogação do programa de desarmamento da população, que já recolheu 200 mil armas no país.

Há seis meses, o governo paga até 300 reais por arma entregue. As cerca de 200 mil armas recolhidas ultrapassaram a meta inicial de 80 mil até o fim do ano, segundo Bastos.

A campanha vai durar mais seis meses.

“A cada arma que se recolhe, uma vida é presumidamente salva”, disse Bastos após uma cerimônia para a destruição de 10 mil delas, esmagadas por um rolo compressor.

“Isso protege as pessoas morrem bobamente — o marido que mata sua mulher, o namorado que mata sua namorada, o acidente de trânsito que se transforma em briga e daí em tragédia”, acrescentou o ministro.

O valor pago pelas armas é inferior à sua cotação nas ruas, mas o fato de as autoridades não fazerem perguntas atrai muitos brasileiros que têm armas guardadas em casas.

O programa de desarmamento é parte de um controle de armas mais rígido que está em vigor há um ano e visa a reduzir o número de homicídios. Cerca de 40 mil pessoas são mortas por armas de fogo a cada ano — o que supera o de mortes em acidentes de trânsito.

São 21 mortes para cada 100 mil pessoas, o que coloca o Brasil entre os dez países mais violentos do mundo, no mesmo nível de nações em guerra.

O programa vai recolher uma pequena fração das 20 milhões de armas não-registradas que alguns grupos estimam haver no Brasil. Mesmo assim, ele serve de exemplo para a América Latina. A ONU abriu um centro no Brasil para treinar forças policiais de países vizinhos para táticas de desarmamento.

O programa paga 100 reais por uma pistola, 200 reais por um rifle e 300 reais por uma metralhadora.