No próximo dia 17 de outubro será comemorado o Dia de Luta pela Democratização da Comunicação. A data também foi escolhida pelos coordenadores da campanha Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania, para protestar contra os programas apelativos exibidos pela televisão brasileira. Ele pedem que nesse dia, um domingo, todos desliguem os aparelhos de televisão por uma hora, entre 15h e 16h.
Em entrevista à Rádio Nacional AM, da Radiobrás, o coordenador da campanha, Orlando Fantazzini, resumiu como baixaria algumas programações de televisão que estimulam as pessoas a agir contra a lei.
– Você não pode degradar a imagem do ser humano, não pode instigar a violência, não pode fazer apologia ao crime, não pode disseminar o preconceito racial, étnico, de gênero e assim por diante.
Ele afirmou que esse tipo de cena não contribui para a formação intelectual de crianças.
– Você pode informar a sociedade de eventos, mas não precisa espetacularizar a desgraça ou a violência para conseguir índices de audiência – disse.
Na opinião de Fantazzini, o espectador carece de alternativas na televisão. Ele afirma que apesar de existirem programas de altíssima qualidade, produzidos pelas televisões públicas, as emissoras comerciais ainda conseguem se impor perante o telespectador, porque não têm conhecimento dessas outras emissoras.
Sobre as novelas, Fantazzini afirmou que elas induzem a um comportamento social.
– A novela acaba reafirmando alguns conceitos ou preconceitos. O que é totalmente negativo para a sociedade – diz.
O coordenador da campanha lembrou que mesmo as televisões comerciais têm a obrigação constitucional de apresentar programas educativos, informativos e formativos. Ele citou como exemplos de bons programas o infantil Castelo Rá-Tim-Bum, o programa do apresentador Serginho Groisman, para adolescentes, o Vitrine e o Diálogo Brasil. “Lamentavelmente, muitos deles são exibidos em horários muito avançados e isso impossibilita boa parcela da população de assistir”.
Como programas “sofríveis”, Fantazzini citou os dos apresentadores João Kleber, Ratinho e Márcia Goldsmith. “Não tem nada que preste nesses programas. O exame de DNA se tornou um espetáculo público. E quem leva isso ao ar não tem responsabilidade nenhuma, nenhum senso de respeito pelas crianças”, disse.