Ao ver os alegres iraquianos nas ruas de Bagdá hoje, a Casa Branca declarou que o regime de Saddam Hussein está entrando em colapso. O presidente Bush disse estar satisfeito. E o vice-presidente Dick Cheney, que permaneceu fora do alcance público por várias semanas, apresentou-se nesta quarta-feira para dizer que o plano militar, que foi objeto de grande críticas há apenas uma semana, foi, na verdade, um sucesso brilhante. Ele chamou a invasão da coalizão ao Iraque de “Uma das campanhas militares mais extraordinárias jamais executadas.
O secretário de defesa Donald H. Rumsfels declarou: “Eu acho que é seguro dizer que o humor do país está se desequilibrando. Pelo menos em Bagdá. Observá-los é como ver o colapso do muro de Berlim”.
Cheney, em entrevista para editores em Nova Orleans disse, “No centro de Bagdá hoje, estamos vendo o colapso da autoridade do regime central”.
Além disso, todos os oficiais alertaram que “o maior perigo ainda pode estar por vir”, como Ari Fleischer, porta-voz da Casa Branca, colocou, citando Bush.
Na verdade, a administração pareceu, de forma não totalmente bem-sucedida, estar tentando não ficar feliz com o mal alheio. Bush não agendou aparições públicas, e oficiais declararam que eles fecharam-se em reuniões , trabalhando em planos para prevenir que Bagdá caia na anarquia agora que o regime de Saddam está desmoronando.
Antes de começar o “este é um dia muito bom”, Rumsfeld, falando para repórteres no Pentágono, fez uma modesta observação. “O resultado está no processo que fala por si mesmo, e não cabe a mim falar sobre isso”, disse ele.
Fleischer disse: “Evidentemente, as cenas que as pessoas estão assistindo na televisão são sinais do progresso militar, de seres humanos experimentando a liberdade e do povo iraquiano nostálgico de ser livre. Mas eu quero pedir cautela ao se saltar tão longe. Ainda estamos no meio de uma guerra”.
Ao mesmo tempo, representantes do governo Bush afirmaram não terem idéia do que aconteceu com Saddam, nem mesmo se ele está vivo ou morto – embora Fleischer tenha avisado formalmente que se o líder iraquiano estiver vivo, “ele perdeu sua chance” de ir para o exílio.
Oficiais da inteligência disseram que estavam confiantes que Saddam e seus filhos, Qusay e Uday, estavam em um prédio que foi atacado com quatro bombas de quase uma tonelada cada na tarde de segunda-feira. Mas o local é um amontoado de entulho agora, e oficiais disseram não saber quando poderá ser escavado para ver se os corpos de Saddam e de seus dois filhos estão embaixo.
Rumsfeld disse que não sabe onde está Saddam. “Ele não está ativo”, afirmou o secretário. “Então, está morto ou incapacitado, ou está sadio e escondido em um túnel em algum lugar, tentando evitar sua captura”.
Mas Rumsfeld enfatizou que o governo americano estava determinado a encontrar Saddam Hussein, contrariando declarações de outros oficiais do Pentágono de que achar o líder iraquiano não era uma grande preocupação.
“Ainda precisamos capturar ou tratar com Saddam, seus dois filho, e com os líderes do Iraque”, disse Rumsfeld, colocando esta questão no topo de uma grande lista de prioridades restantes das forças de coalizão no Iraque.
Encontrar Saddam, acrescentou, será difícil.
Independentemente, disse Rumsfels, “Saddam Hussein está agora em devido lugar, ao lado de Hitler, Stalin, Lênin e Ceausescu”, ex-ditador romeno, “no panteão dos ditadores brutais fracassados”.
O secretário disse que os Estados Unidos selecionaram “fragmentos da inteligência” indicando que a Síria tem aceitado oficiais do governo iraquiano que fugiram. Alguns estão na Síria enquanto outros estão indo para outros países, acrescentou Rumsfeld.
Ele afirmou que os Estados Unidos estavam oferecendo recompensa aos iraquianos que trouxessem às forças de coalizão documentos ou outras evidências que permitissem que oficiais iraquianos fossem encontrados. E ele encorajou os iraquianos a contarem suas histórias de brutal