O Cavalo de Troia da Lava Jato

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Publicado Sábado, 18 de Março de 2017 às 09:59, por: CdB

Ligada ao governo norte-americano por meio de seu supremo Moro, a Lava Jato está sendo usada como Cavalo de Troia para desmontar a economia e a soberania do Brasil

 

Por Val Carvalho - do Rio de Janeiro

 

Ainda no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato já havia se constituído como poder paralelo no país. Com a ajuda das Organizações Globo, da cumplicidade do Supremo Tribunal Federal (STF) e do uso dos instrumentos legais de combate à corrupção, criados nos governos do PT.

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Val Carvalho é articulista do Correio do Brasil

O juiz Sérgio Moro fornecia para a Globo a munição golpista dos vazamentos seletivos das delações premiadas. Estas interessavam, obtidas por meio da tortura psicológica de prisões preventivas ilegais. Diante da evidente violação da legalidade constitucional, o Supremo fazia a sua parte, fingindo dormir em seu berço esplêndido.

Desmonte

Mas o andamento da Lava Jato foi revelando a sua verdadeira natureza por trás dos “elevados objetivos do combate à corrupção”, usados apenas como meros pretextos. Ligada ao governo norte-americano por meio de seu supremo Moro, a Lava Jato está sendo usada como Cavalo de Troia para desmontar a economia e a soberania do Brasil. Transformá-lo numa espécie de neocolônia do capital internacional. Em primeiro lugar, os Estados Unidos. Senão vejamos:

Primeiro, a Lava Jato foi fundamental para derrubar a presidenta legítima, Dilma, no golpe do impeachment. Segundo, a Lava Jato foi destruindo, sucessivamente, setores econômicos chaves do país, como o do petróleo, o da construção civil, o da indústria naval. E, agora, ataca o da produção de carne, que representa 10% das exportações.

Além disso, jogou no lixo o Plano Estratégico de Defesa. Colocou fim ao projeto do submarino nuclear, uma das maiores exigências do governo norte-americano. Se, ao lado disso, considerarmos as decisões do usurpador Temer de entregar para os norte-americanos a base espacial de Alcântara e legalizar a venda de terras para estrangeiros, está completo quadro de desmonte da soberania de um país.

Desemprego

Não se combate a ação corruptora de empresas destruindo essas empresas, mas responsabilizando seus diretores. Todos os grandes países capitalistas agem dessa maneira. Por mais revoltante que seja o caso da “carne podre”, isso é tratado pela Lava Jato e a grande mídia como estratégia de desmonte desse setor nacional, com forte entrada no mercado norte-americano.

É preciso punir severamente o esquema corrupto envolvendo políticos, fiscais e executivos, mas garantir a sobrevivência dessas empresas. Fato é que, com a Lava Jato, o Brasil perde suas empresas e fica com o desemprego, enquanto o capital estrangeiro se apossa do mercado, com os lucros e a tecnologia.

Todo capital visa, tão somente, aumentar seus lucros. E, se depender apenas dele, não respeitará nenhuma ética social ou direito trabalhista. Esses limites são impostos de fora da lógica cruel do capital, pela pressão da sociedade e a luta dos trabalhadores. O capitalista não é dono do capital; este é que é o seu dono. Por isso não existe capitalista “santo”, mesmo naqueles países considerados civilizados. Se existisse, não seria um necessário manter sistemas de fiscalização governamental.

Val Carvalho é articulista do Correio do Brasil.

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