CE Zuleika Raposo Valladares integra projeto pioneiro de robótica e artes visuais

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Publicado sexta-feira, 27 de setembro de 2024 as 11:46, por: CdB

Colégio Estadual Zuleika Raposo Valladares, na Ilha da Conceição, em Niterói, integra projeto pioneiro de robótica e artes visuais.

Por Redação – do Rio de Janeiro

Referência em projetos de impacto sociocultural unindo educação e tecnologia, o Instituto Burburinho Cultural está lançando o Engenhoka, projeto pioneiro e inovador de cultura maker, que une robótica e artes visuais, com o objetivo de estimular o aprendizado científico. Em Niterói, o Colégio Estadual Zuleika Raposo Valladares, na Ilha da Conceição, é uma das seis unidades de ensino no Brasil a participar da iniciativa desde agosto. O encerramento será em dezembro com uma exposição dos trabalhos dos participantes.

Calcula-se que 400 alunos participem das atividades

– Acredito que o projeto Engenhoka está inaugurando uma nova possibilidade de formação na aprendizagem dos nossos alunos. Os estudantes aprendem a lidar com a robótica e artes visuais ao mesmo tempo. Trata-se de um tipo de curso imensamente inovador, sobretudo se levarmos em conta o material que está sendo utilizado – destaca Sheila Marins, diretora do Colégio Estadual Zuleika Raposo Valladares.

Até dezembro, a formação ocorre ao mesmo tempo no contraturno também do Colégio Estadual Souza Aguiar, no Centro do Rio, e em quatro escolas de São Paulo. Cada uma delas recebe um estúdio maker completo impressoras 3D, tablets, mobiliário, boxes de livros e material pedagógico, que ficará como legado. Projeto aprovado na Lei de Incentivo à Cultura, o Engenhoka conta com patrocínio da Fundação Siemens, Simpress, Digix, Wilson Sons, e Google. Realizado pela Burburinho Cultural e Ministério da Cultura, Governo Federal – União e Reconstrução.

Novos saberes

Calcula-se que 400 alunos participem das atividades, a um só tempo, adquirindo novos saberes e ganhando familiaridade e conhecimento no campo das artes visuais. O Engenhoka parte de aspectos da robótica, como mecânica e eletrônica, para embasar os conceitos em trabalhos de artistas visuais conhecidos por mudar paradigmas. A linha do tempo principia no século XV, com Leonardo da Vinci, até chegar ao século XXI:  Alexander Calder, Joan Miró, Marcel Duchamp, László Moholy-Nagy, além de brasileiros como Abraham Palatnik, Sérvulo Esmeraldo, Lygia Clark e Vik Muniz, são referências no projeto pedagógico.

O Engenhoka é idealizado pelo diretor de projetos do Instituto Burburinho Cultural, Thiago Ramires, à frente de uma equipe multidisciplinar dentro e fora do Brasil. Para a elaboração do projeto, a edtech Picode, especializada em cultura maker para utilização pedagógica, realizou a linha do tempo que orienta o curso. A seleção da parte artística propriamente dita cabe à curadora Fabiana Moraes, radicada há 20 anos na França. Nascida em Niterói, Fabiana é uma entusiasta da iniciativa.

Doutora em comunicação e cultura, mestre em estética e ciências da arte e curadora, Fabiana trabalha com políticas culturais e na França exerce a função de gerente de projetos culturais na Secretaria de cultura da cidade de Amiens, onde reside. “O objetivo é relacionar arte e ciência a partir do conceito de movimento, que orientou as pesquisas científica e artística em alguns momentos da história no Ocidente. A ênfase é a Arte Cinética, no Brasil, com nomes como Abraham Palatnik, Lygia Clark e Sérvulo Esmeraldo”, cita. 

Fabiana foi professora na graduação de Produção Cultural na Universidade Federal Fluminense (UFF) tanto de Thiago Ramires quanto de Priscila Seixas, gestores do Instituto Burburinho Cultural. Ramires destaca: “Esse é o nosso primeiro projeto de cultura maker, unindo ensino de robótica às artes visuais em escolas públicas. Temos conosco Google, Fundação Siemens, Simpress, Digix e Wilson Sons, apostando no firme propósito de que é possível ensinar os alunos a criarem robôs, ao mesmo tempo que realizam esculturas. Nossa ideia é diluir as fronteiras entre ciência e artes, desfazendo a crença de que são mundos opostos. O Engenhoka comprova que é possível aprender ciência e arte juntas e, mais, interligadas.”

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