‘Central de mutretas’ montada na PF obstrui investigações do caso Marielle

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Publicado domingo, 29 de setembro de 2019 as 15:56, por: CdB

A denúncia consta no relatório final da PGR sobre o caso Marielle, que indiciou o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, conhecido como Ferreirinha; e a advogada Camila Nogueira.

Por Redação – do Rio de Janeiro

Uma “central de mutretas”, assim descrito em relatório da Superintendência da Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro, coordenada pelo delegado Hélio Khristian Cunha de Almeida, obstrui as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. A acusação foi divulgada, neste domingo, pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O delegado HK foi citado em relatório da PF como coordenador de um esquema montado para dificultar as investigações sobre o caso Marielle
O delegado HK foi citado em relatório da PF como coordenador de um esquema montado para dificultar as investigações sobre o caso Marielle

A denúncia consta no relatório final da PGR sobre o caso Marielle, que indiciou o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, conhecido como Ferreirinha; e a advogada Camila Nogueira, acusados de atrapalhar os rumos do inquérito sobre o atentado.

Testemunho

Entre as possíveis “mutretas” armadas por HK, como o delegado é conhecido entre os policiais, o documento cita que ele usou intermediários para tentar extorquir a quantia de R$ 300 mil do vereador Marcello Sicilliano (PHS-RJ). A suspeita foi revelada no portal UOL, do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, no dia 19 de maio.

Sicilliano e o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, foram acusados de ser os mandantes do crime contra Marielle, executado por Ferreirinha. HK foi o delegado federal, junto com outros dois colegas, que levou o PM a prestar o depoimento aos investigadores da Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Rio, da Polícia Civil).

Dias depois, Ferreirinha admitiu que o testemunho era falso.

‘Medidas cabíveis’

Os advogados do delegado negam as acusações.

Em recente declaração pública, o delegado federal Leandro Almada, responsável pela investigação sobre a obstrução no Caso Marielle, afirma que os “atos de corrupção” cometidos por HK foram informados à Superintendência da PF no Rio para que “medidas cabíveis” fossem adotadas. Os dados constam de seu relatório.

“Lamentavelmente, a autoridade policial que presidiu o IPL 477/18 [o inquérito da PF sobre o Caso Marielle], lotado no Estado do Amazonas, sem conhecer as mazelas do RJ, possa, açodadamente tecer comentários com carga de subjetivismo, sem qualquer prova ou fundamento. Certamente, tal ilação será objeto de demanda judicial em desfavor da União no momento oportuno”, afirmou o advogado Leonardo Carvalho, defensor do delegado, em nota.

Carvalho acrescenta que “desconhece qualquer tipo de acusação neste sentido e encontra-se à disposição para quaisquer esclarecimentos que os órgãos de persecução necessitem”.

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