Chile decreta estado de emergência após manifestações em massa na capital

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Publicado Sábado, 19 de Outubro de 2019 às 14:35, por: CdB

Nesta tarde, foram registrados protestos e panelaços em Santiago e em diversos pontos do Chile. A população protesta contra o aumento do custo de vida promovido pelo governo neoliberal de Piñera.

 
Por Redação, com TVN e ABr - de Santiago
  As províncias de Santiago, capital do Chile, e de Chacabuco, assim como as comunas de Ponte Alta e São Bernardo, amanheceram sob estado de emergência, decretado na madrugada deste sábado pelo presidente neoliberal Sebastián Piñera. O Exército tomou o controle das ruas depois de um dia de violentos protestos contra a alta na passagem das tarifas de metrô.
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Uma das mais de 40 estações de Metrô destruídas durante os protestos na capital chilena
Durante todo o dia, na véspera, estudantes secundaristas promoveram protestos contra o aumento da passagem do metrô da capital chilena de 800 para 830 pesos. Inicialmente, as ações se concentraram em pular as catracas das estações e em bloquear vias públicas. No entanto, durante a noite, as manifestações se tornaram violentas, com incêndios em 19 estações de metrô, saques em supermercados e lojas e destruição de agências bancárias, em meio a panelaços pela cidade. A escada externa de emergência do edifício central da companhia elétrica Enel, próximo ao Cerro Santa Lucía, um dos principais pontos turísticos da capital chilena, foi incendiada. O fogo foi controlado pelos bombeiros, mas as chamas chegaram até o 12º andar da escada de emergência e afetou escritórios da companhia no primeiro andar do prédio.

Policiais feridos

O Corpo de Bombeiros de Santiago confirmou que o incêndio no edifício da companhia elétrica foi intencional. No entanto, ainda não há provas de que o fogo tenha relação com os protestos. No fim da noite, o presidente Sebastián Piñera interrompeu compromissos pessoais e voltou para o palácio presidencial de La Moneda, onde decretou o estado de emergência após se reunir com os ministros da Defesa, lberto Espina, e do Interior Andrés Chadwick. Designado para chefiar do estado de emergência, o general Javier Iturriaga descartou a possibilidade de decretar toque de recolher. Na manhã deste sábado, a capital chilena fazia as contas do estrago. Ao todo, 41 estações de metrô foram vandalizadas, incluindo as incendiadas. Foram registrados 156 policiais feridos e, até o momento, existem 11 ocorrências de civis feridos. O prefeito da comuna de La Florida, Rodolfo Carter, informou hoje pela manhã que o estado de emergência deve ser suspenso na segunda ou terça-feiras. Ele disse que a capital chilena foi cenário de um campo de batalha ontem à noite.

Frota reforçada

O metrô da capital chilena e da região metropolitana está fechado durante todo o fim de semana. A companhia alegou falta de segurança para os trabalhadores. Um maquinista chegou a ficar preso numa estação em chamas, mas conseguiu ser resgatado. Em contrapartida, a frota de ônibus foi reforçada. Nesta tarde, foram registrados protestos e panelaços em Santiago e em diversos pontos do Chile. A população protesta contra o aumento do custo de vida. Até o início da tarde deste sábado, as manifestações transcorrem de forma pacífica, sem incidentes.
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