Publicado Quinta, 26 de Agosto de 2021 às 11:52, por: CdB
Em termos comparativos, no entanto, a parcela que a região representa nos investimentos chineses, assim como o que a China representa no total de investimentos estrangeiros na região "não é tão intensa quanto as pessoas imaginam”, afirmou a especialista em Relações Internacionais Letícia Tancredi.
Por Redação, com Sputnik Brasil - do Rio de Janeiro
A China tem ampliado, sistematicamente, os níveis de investimento na América Latina e, em especial, no Brasil. Para a jornalista, mestre em Relações Internacionais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Letícia Tancredi, em termos gerais, é visível o ingresso em grande número de recursos chineses na América Latina nas últimas décadas, especialmente após a crise de 2008.
Pequim tem ampliado a transferência de recursos para exploração de jazidas na América Latina
Em termos comparativos, no entanto, a parcela que a região representa nos investimentos chineses, assim como o que a China representa no total de investimentos estrangeiros na região "não é tão intensa quanto as pessoas imaginam”, afirmou Tancredi à agência russa de notícias Sputnik Brasil, nesta quinta-feira.
Sobre a importância e intenções da China na região, Letícia Tancredi sublinha que apenas 6,3% dos investimentos na região vêm da China. Outros países mais tradicionais, como os EUA ou a Espanha, “ainda são mais relevantes", observa.
Infraestrutura
Contudo, a especialista ressalta que "isso não exclui que a América Latina tenha uma importância cada vez mais estratégica para a China, por ser fornecedora de commodities energéticas e minerais, que são necessárias para manter a crescente globalização chinesa, além das commodities agrícolas, necessárias para manter a segurança alimentar da enorme população chinesa".
— É por isso que, por aqui, a China investe principalmente nos setores de infraestrutura, energia e extração — ressalta Letícia Tancredi, enfatizando que o país asiático precisa de recursos estratégicos para manter o crescimento acelerado.
Em relação à infraestrutura, a especialista observou que a infraestrutura e logística na região são extremamente precárias, e os países latino-americanos têm um investimento em infraestrutura muito abaixo do que seria necessário para reverter esta lacuna.
— Na perspectiva chinesa, assim como de outros países, isso encarece os custos de transporte e aumenta o tempo de entrega, então investir na infraestrutura latino-americana parte de uma visão de longo prazo, pois vai facilitar o transporte de bens e recursos, contribuindo por outro lado também para o desenvolvimento dos países receptores destes investimentos — resumiu.