O governo chinês criticou, nesta sexta-feira, as recentes declarações do diretor da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), Porter Goss, que afirmou que a China já é militarmente superior a Taiwan, e pediu a Washington que “não envie sinais errôneos” à ilha taiuanesa, assinalou hoje, sexta-feira, a imprensa oficial.
O porta-voz de Exteriores chinês Kong Quan, citado hoje pela agência estatal Xinhua, classificou as opiniões de Goss de “ato irresponsável” e “grave violação das convenções sobre relações internacionais”.
Goss assinalou quinta-feira, ante uma comissão do Senado dos EUA que analisa possíveis ameaças para a política externa americana, de que a modernização do exército da China e seu armamento “está desnivelando o equilíbrio de poder no Estreito de Taiwan” para o lado chinês.
O diretor da CIA destacou que a China aumentou o desdobramento de mísseis balísticos no litoral próximo à ilha, conta com novos submarinos militares e está desenvolvendo armas nucleares mais potentes.
Ante estas afirmações, o porta-voz chinês advertiu em entrevista coletiva ontem, quinta-feira, que os EUA “interferiram gravemente nos assuntos internos da China e lançaram um falso sinal aos partidários da independência de Taiwan”, ilha que se separou unilateralmente do governo de Pequim em 1949.
Washington reconhece desde finais dos anos 70 Pequim como o único Governo legítimo da China, embora acordou com Taipé defender a ilha em caso de uma eventual invasão por parte do exército chinês, com o que Pequim ameaçou em várias ocasiões.
As tensões entre China e Taiwan se relaxaram nas últimas semanas, com o histórico acordo para fretar os primeiros vôos diretos entre ambos territórios desde 1949.
No entanto, Pequim e Taipé estão ultimamente enfrentados pela chamada “Lei Antisecessão”, que o Legislativo chinês estuda aprovar, e que segundo Taiwan serviria para justificar legalmente uma futura invasão da ilha por parte do exército de seu rival.
O porta-voz Kong Quan reiterou na mesma entrevista coletiva que o objetivo dessa lei é “manter a paz e a estabilidade” frente as atividades de independentistas do outro lado do Estreito.
China critica declarações do diretor da CIA
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Publicado sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005 as 06:32, por: CdB