As novas restrições vão congelar US$ 7 bilhões em ativos e causar mais de US$ 11 bilhões em receitas de exportação perdidas ao longo do próximo ano.
Por Redação, com Sputnik – de Pequim
A China afirmou que os Estados Unidos serão responsáveis pelas sanções que impuseram à Venezuela, advertindo Washington sobre as repercussões de tal postura e reiterando o apoio ao presidente Nicolás Maduro.

– Nós nos posicionamos contra sanções unilaterais. A história mostra que intervenções ou sanções estrangeiras só complicam a situação, sendo incapazes de resolver o problema – disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, em entrevista coletiva nesta terça-feira.
O diplomata acrescentou que Pequim reconhece Maduro como o legítimo chefe de Estado da Venezuela, apesar de toda a pressão colocada sobre ele. Ele notou que o líder chinês Xi Jinping enviou seu enviado para a posse de Maduro no início de janeiro, e disse que isso era um forte sinal de apoio à Venezuela.
– Poderíamos fazê-lo se não o reconhecêssemos? – perguntou Geng, retoricamente.
Na segunda-feira, Washington anunciou um pacote de sanções contra a estatal petrolífera da Venezuela, a Petroleos de Venezuela SA (PDVSA), alegando que impediria um “desvio adicional” de ativos pelo “ex-presidente Maduro”.
As novas restrições vão congelar US$ 7 bilhões em ativos e causar mais de US$ 11 bilhões em receitas de exportação perdidas ao longo do próximo ano.
As sanções vão “agravar o bem-estar das pessoas e (os EUA]) devem ser responsáveis por isso”, afirmou o oficial chinês.
Aliança Pequim-Caracas
A China é um dos maiores parceiros comerciais e aliados políticos da Venezuela, mas sua resposta à crise foi bastante medida. Anteriormente, o Ministério de Relações Exteriores instou os atores externos a observar a soberania venezuelana e a não interferir em seus assuntos internos.
– A China se opõe à interferência estrangeira nos assuntos da Venezuela, em especial a ameaça de interferência militar – avaliou Hua Chunying, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, acrescentando que Pequim continuará “apoiando os esforços feitos pelo governo venezuelano para manter a soberania nacional e a estabilidade”.
O confronto entre o governo e as forças da oposição na Venezuela aumentou quando o líder da oposição, Juan Guaidó, declarou estar agindo como presidente interino depois de pedidos uma mudança de regime em Washington.
O parlamentar de 35 anos era amplamente desconhecido fora da Venezuela até o começo deste ano, mas agora ele tem o apoio dos EUA, Israel, Canadá, Austrália e vários países sul-americanos – incluindo o Brasil.
Já China, Rússia, Turquia, Irã, Belarus e África do Sul apoiaram Maduro, dizendo que continuarão trabalhando com seu governo.
Guaidó não descarta opção militar
A situação na Venezuela piorou consideravelmente após a posse de Nicolás Maduro, reconduzido ao poder em 10 de janeiro deste ano. Os EUA e países membros do Grupo de Lima, inclusive o Brasil, decidiram reconhecer o presidente da Assembleia Nacional destituída, Juan Guaidó, como presidente interino do país.
O líder da oposição Venezuela, Juan Guaidó, que se proclamou presidente interino do país, declarou que o movimento de oposição do país poderia alcançar uma transição pacífica de poder e realizar eleições livres, mas destacou que “todas as opções estão na mesa”.
– Estamos confiantes de que podemos alcançar uma transição pacífica e eleições livres – disse o líder oposicionista em entrevista à CNN.
Ao ser questionado sobre a possibilidade da opção militar para a crise da Venezuela, Guaidó afirmou “todas as opções estão sobre a mesa”.
Em 23 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela. Os EUA e uma série de outros países, inclusive o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente da Venezuela. A Rússia e vários outros países, incluindo a China, Cuba, e México apoiam a permanência de Maduro.