China tenta melhorar suas capacidades hipersônicas através da IA, diz estudo

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Publicado Segunda, 18 de Outubro de 2021 às 11:18, por: CdB

Para resolver este problema, os autores propõem a substituição das configurações de fabricação por tecnologia de inteligência artificial. Essa tecnologia começaria a funcionar assim que a arma fosse lançada e "escreveria" o software da arma "em voo".

Por Redação, com Sputnik - de Pequim

Pesquisadores do Exército de Libertação Popular (ELP) da China estariam procurando melhorar a precisão dos sistemas hipersônicos do país através da inteligência artificial, segundo a mídia chinesa.
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Robô desenvolvido pelo Instituto do Exército de Libertação Popular da China (ELP)
Nesta segunda-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, refutou um relato publicado no Financial Times dizendo que o país realizou um teste de míssil hipersônico em agosto. O diplomata chinês afirmou que não era um míssil, mas um veículo espacial, e que esses testes tiveram lugar em julho. A recente declaração de Pequim não significa, contudo, que a pesquisa da China para melhoria de seus mísseis hipersônicos tenha ficado parada. Em 14 de outubro, Stephen Chen, repórter sênior em Pequim do jornal South China Morning Post de Hong Kong, responsável por investigar grandes projetos de pesquisa no gigante asiático, relatou que os cientistas do ELP estão procurando aumentar a precisão das armas hipersônicas através do uso de inteligência artificial. Chen citou uma pesquisa de Xian Yong e Li Bangjie, da Faculdade de Apoio à Guerra da Universidade de Engenharia da Força de Mísseis, que propuseram conferir maior poder de decisão às armas em questão. Isso poderia aumentar a precisão geral do posicionamento delas "em uma ou duas ordens de grandeza", de acordo com os pesquisadores. Dado que um mecanismo de transporte hipersônico tem que viajar milhares de quilômetros para entregar sua carga enquanto faz manobras complexas durante o voo, tudo vai depender da precisão da arma em determinar sua posição. No entanto, os sensores inerciais incorporados nas armas hipersônicas são tipicamente submetidos a distúrbios físicos durante sua montagem, transporte e manutenção, e sua propulsão pode causar outros desvios em relação aos ajustes de fabricação, acabando por poder afetar suas capacidades de precisão, de acordo com o estudo.

Tecnologia de inteligência artificial

Para resolver este problema, os autores propõem a substituição das configurações de fabricação por tecnologia de inteligência artificial. Essa tecnologia começaria a funcionar assim que a arma fosse lançada e "escreveria" o software da arma "em voo". Seria, então, calculada a posição do míssil usando sinal de GPS, ou do sistema de navegação por satélite BeiDou, e ela seria comparada com os resultados gerados pelos sensores de bordo. Ao usar esses dados, a inteligência artificial criaria um algoritmo de posicionamento único para o programa de controle de voo da arma. Em 2020, a Instituição Brookings, com sede em Washington, publicou uma revisão enfatizando os "investimentos significativos nos campos da robótica, enxameação e outras aplicações de inteligência artificial e aprendizado de máquina" do ELP da China. O mesmo relatório observou que o dicionário oficial do ELP já incluía uma definição de "arma de inteligência artificial" em 2011. Entretanto, os programas militares de inteligência artificial do gigante asiático continuam sendo altamente secretos, levando os autores do relatório a reconhecer que "a trajetória do ELP no desenvolvimento e emprego potencial de sistemas de armas com inteligência artificial ou aprendizado de máquina e sistemas de armas autônomos permanece incerta", pelo que "a maturidade dessas capacidades (...) não pode ser avaliada com confiança neste momento", segundo a pesquisa.
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