A enxurrada que devastou uma montanha e atingiu uma escola primária no nordeste da China pode ter matado 200 pessoas, a maioria crianças, disseram moradores nesta segunda-feira.
Soldados do Exército de Libertação Popular juntaram-se a equipes de resgate e aos pais na busca por crianças desaparecidas e moradores da região que podem estar soterrados após a tragédia de sexta-feira, contou por telefone uma mulher.
Um temporal derrubou 200 mm de chuva em 40 minutos e provocou a enchente que o jornal China Daily descreveu como a pior na área em 200 anos.
– Ouvi que já há 199 corpos no crematório local nesta manhã -disse a mulher, que trabalha em uma agência dos Correios próxima à escola.
O número oficial de mortos na cidade de Shalan, na Província de Heilongjiang, é de 92, incluindo 88 crianças. Dezessete pessoas estão desaparecidas, disse a agência de notícias Xinhua.
Mais de 300 crianças estavam na Escola Primária Central de Shalan, construída há décadas em solo instável e na margem de um rio, quando ela foi atingida pela enchente.
Um pai disse ao China Daily que viu 40 corpos na água e encontrou o cadáver do filho boiando ao lado de uma carteira escolar.
Os pais protestaram no final de semana contra a ineficácia dos trabalhos de resgate, mas a situação se acalmou, afirmou a funcionária dos Correios.
Os chefes do Partido Comunista e da polícia da cidade estão sendo investigados por “negligência em oferecer resgate na hora certa”, disse a Xinhua.
Estudantes que sobreviveram voltaram às aulas nesta segunda-feira e receberam lições sobre “prevenção de epidemias e saúde psicológica”, de acordo com a agência.