A cidade de Baltimore, no Estado norte-americano de Maryland, declarou estado de emergência, após distúrbios violentos levarem caos à cidade. Manifestantes munidos com tacos de basebol atacaram estabelecimentos comerciais, incendiaram veículos da polícia e atiraram tijolos e garrafas contra forças de segurança, que responderam com spray de pimenta.
Segundo testemunhas, muitos vândalos estavam alcoolizados, depois de consumir bebidas saqueadas de uma loja. Eles atearam fogo em uma farmácia e tentaram atrapalhar o trabalho dos bombeiros, que tentavam extinguir o incêndio.
Pelo menos 15 policiais ficaram feridos, alguns com fraturas ósseas, e mais de 20 pessoas foram presas. O governador de Maryland, Larry Hogan, pediu ajuda da Guarda Nacional para restaurar a ordem. Também foi estabelecido toque de recolher durante uma semana, a partir da terça-feira, das 22h às 5h.
As manifestações violentas ocorreram logo após o funeral do jovem Freddie Gray, de 25 anos, que reuniu mais de 3 mil pessoas em uma igreja em Baltimore. O rapaz afro-americano morreu no último dia 19 de abril após sofrer graves lesões na coluna, em circunstâncias ainda não esclarecidas. Policiais teriam rodado com ele no carro durante 30 minutos, antes de chamar socorro médico.
No sábado, cerca de 2 mil pessoas participaram de uma marcha pedindo justiça para o caso Gray. O protesto, no entanto, acabou em violência. Cerca de cem pessoas atacaram as autoridades de segurança com garrafas e objetos de metal. Doze acabaram presas.
Um dia antes, o vice-comissário de polícia de Baltimore, Kevin Davis, havia declarado que o jovem deveria ter recebido atendimento médico no local em que foi preso, antes mesmo de ser colocado na viatura da polícia, algemado e sem cinto de segurança – uma violação das regras policiais.
Seis policiais foram suspensos de suas atividades e as autoridades iniciaram investigações internas para esclarecer o caso.
A morte de Gray insere-se no debate nacional sobre o tratamento dado pela polícia dos Estados Unidos aos afro-americanos e se junta a tantas outras que a mídia do país vem revelando nos últimos meses envolvendo negros mortos nas mãos de policiais brancos.