Cientistas descobrem proteína que bloqueia o vírus da Aids

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Publicado Quinta, 26 de Setembro de 2002 às 20:19, por: CdB

Cientistas americanos e chineses identificaram um grupo de proteínas no organismo que naturalmente bloqueia a ação do vírus HIV. Isso explicaria o motivo pelo qual cerca de 2% dos soropositivos não desenvolvem os sintomas da Aids. A descoberta, detalhada na edição desta sexta-feira da revista Science, pode levar a um maior entendimento sobre como o organismo combate o HIV - o que pode no futuro auxiliar o desenvolvimento de novos tratamentos contra a Aids. Desde a década de 80, os cientistas já sabiam que algumas pessoas simplesmente não desenvolviam a Aids. Células de defesa Células do sistema imunológico chamadas CD8 T foram tidas como produtoras de uma substância que inibia o HIV de se replicar no organismo. Os cientistas do Aaron Diamond Aids Research Center, em Washington, compararam células CD8 T de soropositivos que não desenvolveram Aids com as de soropositivos cujo sistema imunológico começou a falhar. Eles descobriram que os pacientes que continuaram saudáveis tinham as proteínas-alfa de defesa 1, 2 e 3. As proteínas aparentemente suprimem a ação do vírus. Os pesquisadores pretendem, a partir daí, desenvolver métodos para impedir a ação do HIV em uma maior escala entre a população infectada. Para confirmar sua descoberta, os pesquisadores artificialmente retiraram as proteínas das células dos soropositivos "protegidos". A habilidade das células para lutar contra o HIV, fora do organismo, foi praticamente eliminada. Uma outra pesquisa com as células mostrou que uma versão sintética das mesmas proteínas foi de 10 a 20 vezes menos efetiva do que a versão natural. Linqi Zhang, o autor da pesquisa, disse que a descoberta é um "grande passo adiante sobre como o organismo pode combater o HIV". Espermicida Uma segunda pesquisa relacionada à Aids, publicada no jornal científico The Lancet, mostra que um espermicida comum - antes recomendado para impedir a transmissão do HIV - é na verdade ineficaz. Pesquisadores belgas mostraram que o espermicida Nonoynol-9, amplamente vendido na Europa, pode na verdade acelerar a transmissão do vírus se usado com freqüência. Os cientistas explicam que o uso freqüente do espermicida pode causar lesões no aparelho genital das mulheres, que pode facilitar a contaminação pelo vírus. O espermicida também é um método bastante usado para prevenir a gravidez e evitar doenças sexualmente transmissíveis entre mulheres da África e da Ásia.

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