Ciro Gomes avisa que, se ganhar eleição, reverterá privatizações

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Publicado domingo, 22 de outubro de 2017 as 20:01, por: CdB

Virtual candidato à Presidência da República, o ex-governador Ciro Gomes avisa que, se vencer as eleições, retomará a Petrobras e a Eletrobras. Isso, se o governo atual colocá-las à venda.

 

Por Redação – de São Paulo

 

Pré-candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT) à Presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) avisou, em entrevista a um dos diários conservadores paulistanos, que voltará a estatizar a Petrobras e a Eletrobras, se o governo atual conseguir privatizar as empresas nacionais.

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— Nem pensar em privatizar Petrobrás e Eletrobrás. Não é questão de esquerdismo infantil. Brasil e Venezuela têm petróleo excedente e os EUA consomem mais petróleo do que produzem. Por que vamos entregar isso aos estrangeiros? Isso é estratégico. É uma vantagem que vamos ter de usar por 30 anos – disse.

Matar a vaca

Segundo o ex-governador cearense, “a população, zangada com ineficiências do Estado, começa a acreditar que para acabar com o carrapato tem de matar a vaca”.

— Qualquer venda de parcela do petróleo brasileiro feita com a mudança da lei de partilha, se eu for presidente, será desapropriada; com a devida indenização. Se privatizarem a Eletrobrás, também tomaremos de volta. Pode conceder estradas, mas o que faz o gênio brasileiro nos aeroportos? Privatiza os que dão lucro e deixa o resto onerando o Tesouro — critica.

Ciro também abordou o sistema previdenciário:

— A sociedade está dividida entre os que imaginam, sem estudar o assunto, que o país precisa de reforma da Previdência para ontem; o que é mentira. E os que querem simplesmente, em homenagem ao corporativismo, negar a necessidade de reforma. A virtude está no meio. Tínhamos seis pessoas ocupadas para financiar uma aposentadoria. Hoje, temos 1,6 empregado para financiar um aposentado. Esse sistema morreu — decreta.

Limite de idade

Ainda segundo o ex-ministro da Fazenda, no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), é preciso retomar o debate sobre a Previdência.

— Precisamos pôr em debate um novo. Um sistema de capitalização público, sob controle dos trabalhadores, administrado por executivos premiados e punidos pelo êxito; e com uma agência de risco objetiva para fazer o filtro da alocação desses estoques de poupança compulsória vinculada a investimento de longo prazo. A idade mínima é uma obviedade, mas há de ser com equidade — afirmou.

Para Ciro Gomes, “é absolutamente insustentável moralmente estabelecer a idade mínima de 65 anos para um cidadão que trabalha no semiárido do Nordeste e aquele que trabalha engravatado na Avenida Paulista”.