Além de esquartejar, o cirurgião plástico Farah Jorge Farah, 53, dissecou por horas, usando bisturi e pinça, partes do corpo da sua paciente Maria do Carmo Alves, 46, como em uma aula de anatomia, segundo peritos do IML (Instituto Médico Legal) que analisaram o cadáver.
Peritos avaliam que a dissecação _processo desnecessário se o objetivo era esquartejar a vítima para se livrar mais facilmente do corpo_ mostra que o cirurgião plástico agiu como em um surto psicótico.
Partes do corpo de Maria do Carmo foram encontradas na segunda-feira em cinco sacos no porta-malas do carro de Farah. O cadáver estava dividido em nove partes.
A polícia ainda não tem explicação para a falta da pele em algumas partes do corpo da vítima e chegou a cogitar a possibilidade de venda da pele ou de outros órgãos -as vísceras da vítima não foram encontradas.
Para o IML, essa tese não faz sentido. O que houve, segundo os peritos, não foi a simples retirada da pele, mas a dissecação de partes do corpo. Essa dissecação consiste na retirada da pele com uso de bisturi e pinça e na limpeza e separação de músculos, como ocorre nos estudos anatômicos dos cursos de medicina.
Isso ocorreu, segundo peritos, em um braço, ombro, rosto, tórax e perna. Esse processo teria demorado horas, o que levou os peritos a crer que o cirurgião tenha agido em um surto psicótico.
Em depoimento, ontem, Farah confessou o crime, mas disse não se lembrar de como matou e esquartejou a mulher. Ele disse à polícia que teve um lapso de memória.
Maria do Carmo teria sido assassinada na última sexta-feira, quando foi ao consultório do cirurgião. No domingo, o médico confessou o crime para familiares e se internou em uma clínica psiquiátrica. Na noite de segunda-feira, foi transferido para o 13º DP.
A Justiça decretou a prisão preventiva de Farah por homicídio qualificado. Ele estava preso em flagrante somente por ocultação de cadáver.
A polícia não sabe ainda o motivo do crime e como ele ocorreu _se Maria do Carmo foi dopada e depois esquartejada, se foi golpeada por alguma arma ou se foi esquartejada antes de ser morta.
Não foram encontradas as vísceras da vítima, o que poderia apontar se ela foi dopada.
Ainda não foi marcada data para a reconstituição do crime. O médico continua preso no 13º DP, com quem divide cela com outros cinco médicos, entre eles, o pediatra Eugenio Chipkevitch, acusado de molestar e dopar seus clientes.