CNMP demite o procurador que financiou propaganda da Lava Jato

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Publicado Terça, 19 de Outubro de 2021 às 12:04, por: CdB

O procurador do Ministério Público Diogo Castor de Mattos acabou denunciado no CNMP, junto com outros procuradores da força tarefa, por um movimento representado pelo Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia. Castor tentou “esfriar” a gravidade de sua conduta apresentando um atestado médico fajuto para se afastar da operação.

Por Redação - de Brasília
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, nesta terça-feira, pela demissão do procurador Diogo Castor de Mattos por violação de deveres funcionais. Castor de Mattos encomendou a instalação de outdoor em apoio à Lava Jato em Curitiba, em março de 2019. O painel expunha a imagem de nove procuradores integrantes da força tarefa da operação na capital do Paraná. Além disso, trazia em primeiro plano, como se fosse o personagem principal do enredo, Deltan Dallagnol.
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O outdoor contratado pelo procurador fazia elogios ao grupo da Lava Jato, coordenado por Deltan Dallagnol
Diogo Castor de Mattos acabou denunciado no CNMP, junto com outros procuradores da força tarefa, por um movimento representado pelo Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia. Castor tentou “esfriar” a gravidade de sua conduta apresentando um atestado médico fajuto para se afastar da operação. Na ocasião, o procurador chefe da farsa de Curitiba, Deltan Dallagnol, apoiou a estratégia. Dallagnol disse em um grupo de Telegram, segundo mensagens reveladas por meio da Vaza Jato, que o atestado ajudaria a abafar o caso. Só que não.

‘Tapetão’

A maioria do CNMP apoiou relatório da conselheira Fernanda Marinela de Sousa Santos no processo administrativo disciplinar, e decidiu pela demissão do procurador Castor de Mattos, mas com seis votos favoráveis. Na outra ponta, foram cinco contrários, a maior parte concordando que o financiador do outdoor pró Lava Jato cometeu improbidade. Porém considerando que “um puxão de orelhas” bastaria. Para se ter ideia, em um desses votos contrários, o conselheiro Silvio Roberto Oliveira de Amorim Júnior teria sugerido suspensão de 16 dias, em vez de demissão, como informa o site Conjur. Desse modo, o cenário, ainda que alguma justiça tenha sido feita, é revelador da composição do Conselho Nacional do Ministério Público. Pois em um órgão que deveria zelar pelo respeito dos procuradores da República à lei e à ordem, faltou pouco para uma falha gravíssima de um procurador ir para debaixo do ‘tapetão’. Para o Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia, porém, a decisão é histórica e deve, portanto, ser comemorada.
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