Era um simples recado no Facebook, mas decidi transformar em coluna, por espelhar o sentimento de muitas pessoas e companheiros. Infelizmente o PT perdeu seu encontro com a história, acabou digerido pela direita e sua falta de autocrítica abriu o caminho para o caos atual.
Por Rui Martins, de Genebra:
Estou de volta, depois de quase um mês no interior, litoral e capital paulista.
E me vem à cabeça aquele sambinha, “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, ao que parece de novo grande sucesso no Brasil, pois, faz pouco mais de um ano, era Dilma quem sambava de pandeiro na mão cantando o refrão e agora é seu sucessor, o inimigo que antes fazia parte da patota como parceiro de chapa.
O longo namoro, ou foi casamento?, não resistiu à crise e agora, divorciados, vivem se xingando. Na verdade, é ela quem mais xinga e sua família se esqueceu totalmente dos bons tempos em que ficavam de mãos entrelaçadas nos palanques (quem sabe havia até beijinhos…)
Na história, pelo que deduzi, tinha um juiz que, no começo, só mandava prender gente da família da esposa (hoje traída). A família chamava o juiz de Dr. Seletivo, mas agora que o juiz mandou prender todo mundo, deve ter outro apelido.
Pelo que entendi, a família da noiva, esposa traída, andava de terço e missal mas não era de confiança e a coisa complicou quando se descobriu que a família do noivo, marido, e os convivas, eram todos bandidos da favela.
No fundo parece ter sido ciumeira num campeonato de bandidagem. A noiva perdeu, mas logo depois o noivo tb apanhado em flagrante, pode perder e como todo mundo é bandido, o tal do juiz Dr, Seletivo, não vai ter cela para todo mundo.
Alguns acham que a solução seria entrarem num acordo, acertarem novas comissões e tirarem o Dr. Seletivo da jogada.
Terminar em pizza como se diz no Brasil.
Mas não vai ser fácil, só se o Dr, Seletivo tiver o mesmo fim de um outro juiz, era um italiano obcecado em ter as mãos limpas. Coisa difícil na Itália e quase impossível no Brasil,
E a esquerda nisso?
Como dizia um editor do Estadão, comunismo e esquerda não dão certo no Brasil. Não é que o cara parece ter razão? A carne é fraca e o dólar é forte.
Virei europeu pelo jeito,não entendo mais nada no meu país.
Eu sou ateu, mas aceito que continuem acreditando.
Rui Martins, jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro Sujo da Corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A Rebelião Romântica da Jovem Guarda, em 1966. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil, e RFI.
Editor do Direto da Redação.