A empresa trabalha como intermediária e vem vendendo os robôs para as prefeituras por R$ 14 mil. Um valor 420% superior ao pago por parte deles, segundo a Folha. As unidades foram adquiridas por R$ 2,7 mil de um fornecedor do interior de São Paulo.
Por Redação, com RBA – de Brasília
A venda milionária de kits de robótica com superfaturamento de 420%, fornecidos por empresa cujo dono tem ligação com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), é alvo de várias investigações pelo país. Há suspeitas de irregularidade na compra desses equipamentos priorizados pelo Ministério da Educação (MEC) do governo de Jair Bolsonaro (PL) que acelerou os repasses para a aquisição.
Em abril, o jornal Folha de S. Paulo revelou que sete cidades de Alagoas receberam R$ 26 milhões de recursos do MEC para a compra desses kits. Os equipamentos eram repassados pela empresa Megalic, que tem como donos Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda. Este é pai do vereador de Maceió João Catunda (de saída do PSD), aliado de Lira que, por sua vez, é quem controla a liberação das emendas de relator na Câmara.
Reportagem da Agência Pública já havia mostrado que a Megalic foi uma das empresas que teve contratos fechados com a Educação com base na verba do chamado orçamento secreto. Não é ela, contudo, que fabrica os kits de robótica.
Intermediária
A empresa trabalha como intermediária e vem vendendo os robôs para as prefeituras por R$ 14 mil. Um valor 420% superior ao pago por parte deles, segundo a Folha. As unidades foram adquiridas por R$ 2,7 mil de um fornecedor do interior de São Paulo.
Ao jornal, a secretária de Educação da cidade de Flexeiras, em Alagoas, Maria José Gomes, chegou a confirmar que Lira atuou para liberar os recursos federais para a compra de equipamentos de robótica. A prioridade dada a esses kits ignorou, no entanto, deficiências básicas de infraestrutura, como falta de salas de aula, Internet, computadores e até água encanada.