Comunistas gregos ganham terreno em eleições antecipadas

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Publicado Sábado, 29 de Agosto de 2015 às 14:53, por: CdB
Por Redação, com agências internacionais - de Atenas O Syriza ganhou as eleições em Janeiro de 2015 "enganando os trabalhadores gregos, prometendo a abolição das leis anti-povo, as quais foram anteriormente aprovadas pelos governos do PASOK e da ND, após os acordos (memorandos) com as organizações imperialistas (UE, FMI, BCE)". A afirmação, na nota do Partido Comunista Grego (KKE), tem sido bem recebida por eleitores daquele país, o que leva a sigla a conquistar mais apoio para as eleições, antecipadas para o dia 20 de Setembro, após a renúncia do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
kke.jpgMilitantes do KKE saem às ruas de Atenas para campanha às eleições antecipadas
Leia, adiante, a nota do KKE, divulgada neste sábado: "O KKE advertiu em tempo oportuno que o Syriza, um partido oportunista que se transmutou em partido social-democrata, foi a 'esquerda' escolhida pela burguesia para administrar a crise e não pode implementar uma linha política a favor do povo. Nosso partido formulou a posição de que não pode haver saída a favor da classe trabalhadora e dos demais estratos populares dentro do caminho de desenvolvimento capitalista, da UE e da Organização do Tratado Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês). Como foi demonstrado nestes poucos meses de gestão do capitalismo, a "esquerda" Syriza, a qual governou em conjunto com a "direita" nacionalista do partido Anel, não só não aboliu os dois memorandos anteriores e a maior parte das 400 leis anti-povo de aplicação, como implementou-as e aprovou através do Parlamento um terceiro acordo (memorando) com as potências imperialistas ainda mais penoso que os anteriores. Este acordo tem o apoio dos outros partidos burgueses e foi por eles votado no Parlamento: o partido de 'direita' ND, o 'social-democrata' PASOK e o do 'centro' POTAMI. Este novo acordo massacra quaisquer direitos que tivesse restado, impõe novas reduções em salários e pensões, abole direitos de segurança social, impõe tributação ainda mais intensa sobre os estratos populares, promove a política de privatizações, etc. Além disso, o governo 'esquerda patriótica' atuou sistematicamente durante estes meses dentro do quadro da participação do nosso país nas uniões imperialistas da NATO e da UE, da 'aliança estratégica' com os EUA. Ele participou em toda missão e exercício da NATO, organizou exercícios militares com Israel, prometeu uma nova base para os EUA e a NATO (na ilha de Cárpatos), votou na UE pela extensão e reforço da guerra comercial contra a Rússia, etc. Assim, demonstrou-se na prática que o governo Syriza-Anel é mais um governo anti-povo, o qual com slogans 'de esquerda' servia de um modo igualmente confiável a burguesia, a UE e a NATO tal como os governos anteriores haviam feito. Hoje, os partidos governantes Syriza-Anel, utilizando os mesmos argumentos que a ND e o PASOK utilizaram no passado, defende o novo acordo anti-povo como o único meio de manter o país na Eurozona e na UE, algo que ele apresenta como a salvação do povo. O Syriza, tal como todos os outros partidos burgueses, semeia entre a classe trabalhadora e o povo a ilusão de que a UE e o capitalismo podem ser humanizados, enquanto os trabalhadores continuam a suportar as medidas anti-povo. Ao mesmo tempo, o sistema político burguês, a fim de conter e controlar quaisquer mudanças radicais na consciência do povo que pudessem ser provocadas pela revelação do papel do Syriza, continua a fabricar novos partidos. Um de tais partidos, com o nome de 'Laiki Enotita' (Unidade do Povo), foi constituído por antigos deputados e ministros do Syriza. Estas forças, as quais estiveram activas como 'plataforma de esquerda' dentro do Syriza, arcam com graves responsabilidades quanto ao engano do povo. Eles participaram, mesmo enquanto ministros, na implementação das anteriores leis anti-povo. Eles participaram ativamente na tentativa durante o período anterior de trapacear o povo pretendendo que há uma proposta alternativa para ele no interior dos muros da UE e concordou com o acordo anti-povo que o governo Syriza-Anel assinou com a Troika em 20 de Fevereiro, com a proposta anti-povo de 47 páginas submetida pelo Syriza à UE, etc. Agora que as ilusões promovidas pelo Syriza foram corroídas, estas forças promovem o retorno à divisa nacional como solução para o povo, juntamente com outras medidas para a administração do sistema. Elas atuam como uma 'barreira' à radicalização do povo, procurando aprisionar o povo dentro do caminho do desenvolvimento capitalista. Ao longo de todo este período o KKE revelou sistematicamente o papel do Syriza e dos outros partidos burgueses, lutou pela abolição do memorando e de todas as medidas anti-povo, por impedir novas medidas, por desenvolver a luta dos trabalhadores e do povo para a recuperação das suas perdas e a satisfação das suas necessidades em combinação com a única solução alternativa que é do interesse da classe trabalhadores e dos demais estratos populares. (É necessário) o reagrupamento do movimento dos trabalhadores e a construção da aliança social popular entre a classe trabalhadora, os agricultores pobres, os empregados urbanos por conta própria, a juventude e as mulheres das famílias dos estratos populares a fim de fortalecer a luta anti-monopolista e anti-capitalista para o seu derrube real, para a socialização dos monopólios, o desligamento da UE e da NATO e o cancelamento unilateral da dívida, com o poder dos trabalhadores e do povo. Estamos a travar a luta com esta linha (política) a fim de fortalecer o KKE nos movimentos dos trabalhadores-populares e no Parlamento, continuando firmemente a luta pelos interesses da classe trabalhadora e pela sua libertação dos grilhões da exploração capitalista. Partido Comunista Grego"
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