O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 2,9% de fevereiro para março, ao passar de 85,4 para 82,9 pontos, atingindo o índice mínimo histórico pelo terceiro mês consecutivo. Os dados relativos ao ICC foram divulgados nesta quarta-feura pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e indicam que a queda foi motivada, principalmente, pela situação atual.
No período, o Índice de Situação Atual caiu 5,6%, de 82,3 para 77,7 pontos, enquanto o Índice de Expectativas recuou 1,4%, ao passar de 87 para 85,8 pontos. Os dois índices encontram-se nos níveis mínimos históricos, segundo a FGV.
De acordo com o órgão, considerando-se comparações com séries padronizadas, as expectativas estão piores que as percepções sobre a situação atual. Na avaliação do superintendente para Ciclos Econômicos da FGV, Aloísio Campelo, o ICC está em queda e se afastando dos níveis mínimos anteriores, registrados durante a crise financeira internacional de 2008 a 2009.
– Aos fatores econômicos, como inflação e mercado de trabalho, soma-se a preocupação do consumidor brasileiro com a turbulência do ambiente político e com os riscos de abastecimento de água e energia – disse.
Os dados divulgados indicam que a maior pressão negativa para a queda do Índice de Situação Atual veio do indicador que mede o grau de satisfação com a situação econômica atual, que registra o menor patamar da série histórica pelo terceiro mês consecutivo.
– A proporção de consumidores que afirmam que a situação da economia está boa caiu de 5,8%, em fevereiro, para 4,5% em março, enquanto a parcela dos que a consideram ruim aumentou de 71,6% para 77,6% no mesmo período -explicou a FGV.
As expectativas também não são favoráveis em relação ao futuro próximo: o indicador que mede o otimismo em relação à evolução da situação financeira da família nos próximos seis meses apresentou recuo de 2,8%, enquanto a proporção de consumidores que preveem melhora da situação financeira teve queda de 27,9%, em fevereiro, para 27,% em março. O percentual dos que projetam piora aumentou de 10,5% para 12,9%.
A edição de março de 2015 coletou informações de 2.191 domicílios de 2 a 21 de março. A próxima divulgação da Sondagem do Consumidor ocorrerá em 27 de abril de 2015.