Conselho iraquiano aprova envio de delegação ao Conselho de Segurança

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Publicado Segunda, 14 de Julho de 2003 às 14:45, por: CdB

Em seu primeiro dia de trabalho, o novo Conselho de Governo do Iraque decidiu nesta segunda-feira enviar uma delegação ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e reivindicou o direito de representar Bagdá no cenário internacional.

Do lado de fora, uma explosão destruiu um carro nas proximidades de onde o conselho se reunia e mais um soldado americano foi morto numa emboscada. A explosão ocorreu no estacionamento para jornalistas, depois que a reunião havia sido concluída. Um utilitário 4X4 da Embaixada da Tunísia foi reduzido a um monte de metais retorcidos. Ninguém ficou ferido.

Não ficou claro quem seria o alvo da explosão. O complexo que abriga o Centro de Convenções de Bagdá e o prédio no qual o conselho se reúne fica atrás de uma barricada de bunkers e veículos blindados dos Estados Unidos aparentemente impenetrável sem as credenciais exigidas.

Para Mouwafak al-Rabii, um xiita e ativista dos direitos humanos integrante do conselho, os responsáveis pelo atentado eram o Taleban do Iraque.
 
Sobre a ocupação anglo-americana, Al-Rabii disse que "ninguém quer que os americanos permaneçam um dia a mais do que o que eles devem ficar", praticamente reproduzindo as intenções declaradas da administração Bush. Ele acrescentou que quando o Iraque tiver um governo, um parlamento eleito e a segurança sob controle, então, "as tropas americanas e britânicas devem partir imediatamente".

No oeste de Bagdá, um soldado americano foi morto e seis ficaram feridos num ataque perpetrado no começo da manhã por insurgentes que lançaram granadas propelidas por foguetes contra o comboio em que viajavam.

Agora já são 32 os soldados americanos mortos em ações hostis desde que o presidente dos EUA, George W. Bush, declarou o fim dos grandes combates. Também nesta segunda, um fuzileiro naval americano morreu num incidente não hostil no sul do Iraque, segundo o Exército dos Estados Unidos.

Na noite de domingo, um iraquiano morreu aparentemente ao tentar levar um carro-bomba até as proximidades de uma delegacia de Bagdá repleta de soldados americanos e policiais do Iraque. Em meio ao banho de sangue, o conselho dava os primeiros passos no que espera-se seja o caminho para a democracia iraquiana.

O conselho - composto por 25 proeminentes iraquianos de todos os setores da vida política e religiosa - anunciou que a delegação estava sendo enviada às Nações Unidas para "reivindicar e enfatizar o papel do Conselho de Governo como o órgão legítimo iraquiano durantes este período de transição".

O conselho também formou três comitês para discutir a pauta das próximas semanas e definir questões organizacionais, informou Hoshyar Zebari, um porta-voz do órgão. Estava previsto que o conselho elegeria um líder na sessão Desta segunda, mas a eleição foi adiada, disse Zebari.

O conselho, anunciado nesse domingo, terá o poder de nomear ministros e aprovar o orçamento de 2004. Mas a palavra final e o controle sobre o Iraque ainda estão nas mãos de L. Paul Bremer, o administrador americano e um dos grandes arquitetos do conselho.

Por isso e pelo fato de o conselho ter sido selecionado pelos americanos, e não eleito pelos iraquianos, a Liga Árabe demonstrou pouca disposição de apoiar o órgão. Numa reunião no Cairo, o secretário-geral da liga, Amr Moussa, disse que se o conselho tivesse sido eleito, "ele teria mais poder e mais credibilidade".

Os limites do conselho foram plenamente delimitados por Bremer depois de um encontro com representantes dos empresários iraquianos, o Banco Mundial e membros do novo órgão político do Iraque.

- A coalizão deixou bem claro em suas discussões desse domingo com o Conselho de Governo que consideramos que a coalizão tem autoridade muito ampla para determinar a direção da economia iraquiana - lembrou Bremer.

- Em relação a investimentos estrangeiros, trata-se de um assunto sobre o qual o Conselho de

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