A Copa América de cada cidade

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Publicado Terça, 08 de Junho de 2021 às 06:55, por: CdB

 

O ato genocida de acolher a Copa América no Brasil demonstra o caráter operante e estratégico do Governo Bolsonaro. A estratégia da morte assumida no discurso de minimização da disseminação da covid, do negacionismo da ciência e a defesa do mercado.

Por Alexandre Lucas – de Brasília

O ato genocida de acolher a Copa América no Brasil demonstra o caráter operante e estratégico do Governo Bolsonaro. A estratégia da morte assumida no discurso de minimização da disseminação da covid, do negacionismo da ciência e a defesa do mercado em contraposição as vidas tem sido o receituário e a narrativa que tem colocado a população desnorteada, polarizada e morta.
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O ato genocida de acolher a Copa América no Brasil demonstra o caráter operante e estratégico do Governo Bolsonaro
A rápida e não surpreendente sinalização de Bolsonaro para realização do campeonato no Brasil, após rejeitado por outros países, demonstra a sua feição de descaso diante de mais 470 mil mortes. O ato bolsonarista abre brechas para pulverização de um discurso negligente, que esconde o sufocamento do Sistema de Saúde, o atraso da vacinação, precárias condições sanitárias e a incapacidade de minimizar os impactos econômicas na vida da população. A realização da Copa América endossa a realização de outras Copas pelo Brasil. No país em que o futebol tem hegemonia no imaginário e na prática esportiva a realização de uma competição na proporção da Copa América é um gatilho para mais mortes.

Os campos de várzea

Independente da Copa América, os campos de várzea, as quadras de futsal e as ruas vão sendo ocupadas por essa prática esportiva. O que deve combatido em tempos em que o distanciamento e o uso de máscaras é uma exigência para salvar vidas. Jogar bola em tempos de pandemia não é uma brincadeira, pode ser um ensaio para a morte. Os governos municipais e estaduais têm tido papel essencial no combate a proliferação dos vírus e a redução dos danos, mesmo diante de pressões e flexibilizações. Entretanto, o sinal de alerta deve ser permanente no sentido de garantir as condições sanitárias possíveis, funcionamento das estruturas de saúde e um consistente trabalho educativo. As publicidades governamentais devem se colocar à serviço de orientar as populações para o autocuidado e a vigilância coletiva, o que nem sempre vem acontecendo. Estamos diante do campeonato em que o desafio é manter as covas vazias. Precisamos identificar as Copas que não são das Américas, mas que tem que alto poder de disseminação do vírus e que se espalham em espaços privados e públicos das cidades brasileiras de formas clandestinas e até mesmo com conhecimento e o incentivo dos braços do Estado. O jogo do momento é a prevenção e a derrubada do Governo Bolsonaro! As únicas traves que devemos acertar são as máscaras e os defensores da morte!  A pandemia ainda não acabou, devemos continuar dizendo o óbvio, até que chegue o tempo do corpo suar com samba e futebol. Espero que não esteja acontecendo nenhuma copa em sua cidade. Esse não é o jogo que devemos jogar.  

Alexandre Lucas, é pedagogo, integrante do Coletivo Camaradas e presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Crato/Ceará.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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