Copa de 2006 será a mais globalizada da história

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Publicado quinta-feira, 17 de novembro de 2005 as 10:52, por: CdB

A Copa de 2006, pelos favoritos, tem tudo para manter América do Sul ou Europa no topo da bola. Mas, pelos participantes, já quebrou de forma histórica o domínio dos continentes-potências do futebol.

A eliminação do Uruguai diante da Austrália escancarou de vez esse novo mapa do esporte mais popular do planeta.

Dos 32 países que jogarão na Alemanha no ano que vem, 18 são filiados à Conmebol ou à Uefa, o que representa 56,25% dos envolvidos na disputa.

As duas primeiras Copas com 32 times (1998 e 2002) tiveram 62,5% de seus participantes oriundos dos dois continentes que até hoje levantaram a taça mais importante do futebol.

Antes de 1998, o domínio de América do Sul e Europa na fase final dos Mundiais era ainda maior -em 1958 e 1962, 93,75% dos países eram do bloco Confederação Sul-Americana-Uefa.

Pela primeira vez a América do Sul terá menos países que a África em uma Copa (Argentina, Brasil, Equador e Paraguai representam a Conmebol, e são cinco os africanos).

E pela primeira vez no pós-Segunda Guerra a América do Sul tem o mesmo número de representantes de Ásia e Concacaf.

A Oceania terá um representante na Copa pela primeira vez desde 1982.

A Austrália, que venceu o Uruguai no tempo normal em Sydney por 1 a 0 com um gol de Bresciano e depois levou a melhor na disputa de pênaltis por 4 a 2 -perdera o jogo de ida em Montevidéu por 1 a 0-, voltará à Copa depois de 32 anos.

Os australianos só haviam jogado uma edição, justo na Alemanha, em 1974.

A façanha dos australianos, que haviam fracassado em todas as repescagens contra sul-americanos (Argentina para 1994 e Uruguai para 2002) e que agora impediram a presença dos sete campeões mundiais na Copa-2006, talvez só não seja maior que a de Trinidad e Tobago, que ontem assegurou presença inédita no Mundial ao bater Bahrein, fora, por 1 a 0.

Os trinitários, que triunfaram com um gol de Dennis Lawrence, são apenas um dos que estrearão no Mundial no ano que vem. Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo e Ucrânia também debutarão na Alemanha.

Com seis novatos, será a Copa com mais estreantes no pós-Segunda Guerra _o Mundial de 1934 teve dez estreantes, mas apenas 13 países atuaram na edição de 1930.

O número de novidades poderia ser maior ainda na Copa se a Fifa não deixasse os legados de Iugoslávia e Tchecoslováquia para Sérvia e Montenegro e República Tcheca, respectivamente.

Os tchecos confirmaram vaga na rodada final (repescagem) das eliminatórias européias, assim como os espanhóis e os suíços.

A República Tcheca, sensação da última Eurocopa, ainda não havia ido a um Mundial com esse nome. Nesta quarta, despachou a Noruega em casa ao vencer por 1 a 0, gol de Rosicky, repetiu o placar que fizera no rival fora de casa.

A Espanha, tranqüila após os 5 a 1 na Eslováquia em Madri, segurou um 1 a 1 na outra metade da ex-Tchecoslováquia e avançou à Copa. Já a Suíça viveu o jogo mais dramático da repescagem no velho continente.

Perdeu por 4 a 2 da Turquia em Istambul e só conseguiu sua vaga pelos gols que fez no campo do adversário -ganhou em seus domínios por 2 a 0.