O Qatar ainda não se manifestou sobre a ideia, mas anteriormente se mostrou cauteloso a respeito da capacidade do país para organizar um torneio com mais de 32 equipes.
Por Redação, com Reuters – de Doha
Nesta quarta-feira faltarão exatamente quatro anos para o início da Copa do Mundo do Qatar, que ainda pode ser um instrumento para ajudar a acabar com as tensões regionais e o primeiro torneio com 48 seleções se depender do presidente da Fifa, Gianni Infantino.
Nas últimas, o chefe do organismo que governa o futebol pressionou para que o Mundial de 2022 aumente os 32 times que jogaram na Rússia neste ano para 48, embora tenha sido combinado anteriormente que a ampliação do evento aconteceria quando Canadá, México e Estados Unidos dividirem a sede da Copa de 2026.
– Estamos analisando. Se é possível, por que não? – disse Infantino no mês passado. “Estamos conversando com nossos amigos qataris, estamos conversando com nossos muitos outros amigos na região e esperamos que isso possa acontecer.”
O Qatar ainda não se manifestou sobre a ideia, mas anteriormente se mostrou cauteloso a respeito da capacidade do país para organizar um torneio com mais de 32 equipes.
Os organizadores só estão construindo oito estádios para a competição de um mês, que causou polêmica com um adiamento para o final do ano justificado pelo calor intenso do verão. O torneio começa em 21 de novembro de 2022, e a final será disputada em 18 de dezembro.
Qualquer ampliação criaria a possibilidade de o Qatar ter que dividir algumas partidas com seus vizinhos, mas o país está sujeito a um bloqueio econômico imposto por quatro deles.
Em meados de 2017 a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Barein e o Egito cortaram os laços comerciais e de transporte com Doha, acusando-a de apoiar o terrorismo e o Irã – o que o Qatar nega.
O boicote prejudicou as rotas comerciais qataris pelo Golfo Pérsico e travou as importações que entram por sua única fronteira terrestre, que é com a Arábia Saudita – antes a rota de seus suprimentos de bens perecíveis e materiais de construção.
Isso obrigou o Qatar a gastar mais de seu grande orçamento para encontrar parceiros comerciais alternativos e manter os preparativos para a Copa do Mundo em andamento.
– Pensar que existem pessoas na região que podem não gostar da primeira Copa do Mundo no Oriente Médio é muito decepcionante – disse Hassan Al Thawadi, que comanda o comitê organizador local.
O Qatar está investindo impressionantes US$ 200 bilhões para sediar o torneio, mas Al Thawadi disse que só entre US$ 8 e US$ 10 bilhões estão sendo gastos nos estádios.