Copom se reúne para definir a taxa de juros, mas há dúvidas sobre queda

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Publicado Terça, 14 de Junho de 2022 às 11:43, por: CdB

Algumas instituições financeiras calculam que o Copom deverá encerrar o ciclo de aumento dos juros, apesar das pressões atuais sobre a inflação. As opções de Copom negociadas na véspera, porém, mostram uma ligeira redução das apostas de que o BC conseguirá encerrar o ciclo de alta da Selic nesta quarta-feira, com uma última elevação de meio ponto percentual.

Por Redação - de Brasília
Embora a economia do país sofra com os impactos da guerra no leste europeu e com o nervosismo no mercado financeiro internacional, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou, nesta quarta-feira, a quarta reunião do ano. Analistas ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil duvidam que a taxa básica de juros, a Selic, pare de subir.
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A reunião do Copom, no Banco Central, determina a taxa oficial de juros nos financiamentos bancários
Algumas instituições financeiras calculam que o Copom deverá encerrar o ciclo de aumento dos juros, apesar das pressões atuais sobre a inflação. As opções de Copom negociadas na véspera, porém, mostram uma ligeira redução das apostas de que o BC conseguirá encerrar o ciclo de alta da Selic nesta quarta-feira, com uma última elevação de meio ponto percentual. Os contratos para manutenção da taxa básica em agosto eram negociados nesta segunda-feira com strike de 31, vindo de 38 na sexta-feira e de 40 na quinta-feira. Mas, segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a Selic deverá passar de 12,75% para 13,25% ao ano, com alta de 0,5 ponto percentual. Os analistas de mercado esperam que a taxa permaneça nesse nível até o fim do ano.

Instabilidade

Na ata da última reunião, os membros do Copom tinham sinalizado que pretendiam concluir o ciclo de alta da Selic porque as elevações dos últimos meses ainda estão sendo sentidas pelo mercado. No entanto, a guerra entre Rússia e Ucrânia passou a impactar a inflação brasileira, por meio do aumento dos combustíveis, de fertilizantes e de outras mercadorias importadas. Além disso, a instabilidade na economia norte-americana, que enfrenta a maior inflação nos últimos 40 anos, têm elevado a cotação do dólar em todo o planeta. O mercado financeiro sentiu o impacto da economia externa. A última edição do boletim Focus elevou a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 8.89% para 9% em 2022 Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior é 5%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.

Novo aperto

Principal instrumento para o controle da inflação, a Selic continua portanto em um ciclo de alta, depois de passar seis anos inalterada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018. Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história, em agosto de 2020, em 2% ao ano. Começou a subir novamente em março do ano passado, tendo subido 10,75 pontos percentuais até agora. A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.
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