Coração é impresso em 3D a partir de tecido humano

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Publicado Quarta, 17 de Abril de 2019 às 06:26, por: CdB

Israelenses apresentam protótipo de órgão do tamanho de uma cereja, produzido com células de paciente. Segundo cientistas, é o primeiro coração com vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras impresso em laboratório.

Por Redação, com DW - de Tel Aviv

Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Jerusalém, apresentaram na segunda-feira um coração vivo feito a partir de tecido humano com uma impressora 3D.
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Professor Tal Dvir, da Universidade de Tel Aviv, segura protótipo de coração
O estudo, publicado na revista Advanced Science, abre caminho para a realização de transplantes sem risco de rejeição, já que o órgão é feito com células do próprio paciente. – Já haviam conseguido imprimir em 3D a estrutura de um coração, mas esta é a primeira vez que alguém conseguiu projetar e imprimir um coração inteiro, repleto de células, vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras – disse o professor Tal Dvir, que liderou a pesquisa, ressaltando que o coração está completo, vivo e palpitando. – Realizamos uma pequena biópsia de tecido adiposo do paciente, removemos todas as células e as separamos do colágeno e de outros biomateriais, as reprogramamos para que fossem células-tronco e, então, as diferenciamos para que sejam células cardíacas e células de vasos sanguíneos – detalhou o pesquisador. Posteriormente, os materiais biológicos foram processados para convertê-los em bio-tinta, o que permite imprimir com as células, afirmou. O protótipo de coração apresentado a jornalistas nesta segunda-feira tem cerca de três centímetros, o equivalente ao tamanho do órgão de um coelho ou de uma cereja. No momento, as células podem se contrair, mas o coração completo não bombeia. "Ainda é muito básico", diz Dvir. De acordo com o pesquisador, é preciso desenvolvê-lo mais, para conseguir um órgão que possa ser transplantado para um ser humano. – O próximo passo é amadurecer essas células e ajudá-las para que se comuniquem entre elas, de forma que se contraiam juntas. É preciso ensinar as células a se comportarem adequadamente – explicou Dvir. – Depois, teremos outro desafio, que é conseguir desenvolver um coração maior, com mais células. Temos que descobrir como criar células suficientes para produzir um coração humano – acrescentou. Futuramente, a equipe liderada por Dvir planeja transplantar os corações em pequenos animais, como coelhos e ratos. – Talvez, em dez anos, haja impressoras de órgãos nos melhores hospitais do mundo, e esses procedimentos sejam conduzidos rotineiramente – disse Dvir.
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