Coréia do Norte confirma expulsão de inspetores da ONU

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Publicado Sexta, 27 de Dezembro de 2002 às 14:08, por: CdB

A Coréia da Norte decidiu nesta sexta-feira expulsar os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) que vinham monitorando suas instalações nucleares, enquanto estiveram desativadas. O governo também declarou à Aiea que reiniciará as atividades em sua usina de reprocessamento de combustível - um local que poderia ser usado para produzir plutônio de armas nucleares. VIDEO Veja a reportagem de Sohn Jie-ae, da CNN. Veja vídeo (QuickTime, Real or Windows Media) Em uma carta enviada ao diretor-geral da Aiea, Mohamed ElBaradei, em Viena, as autoridades de Pyongyang afirmaram ter resolvido mandar os inspetores para fora do país porque a missão deles se encerrou automaticamente com a decisão norte-coreana de reativar as usinas nucleares. "Por meio desta, lhes informamos da decisão do governo da Coréia do Norte de autorizar os inspetores a deixar o país, já que não há justificativa para que permaneçam aqui, e solicitamos que tomassem imediatamente as medidas necessárias", disse Ri Je Son, o diretor-geral da agência de energia atômica da Coréia do Norte. A declaração confirma uma informação, divulgada horas antes pela agência de notícias oficial da Coréia do Norte, KNCA. O diretor-geral da Aiea, Mohamed ElBaradei, havia declarado à CNN acreditar que os norte-coreanos estariam tentando forçar os Estados Unidos a se sentar à mesa de negociações. "Eu acho, infelizmente, que essa é uma situação de barganha nuclear", declarou. "Eu acho que eles (os norte-coreanos) estão usando sua capacidade técnica nuclear para atingir um objetivo político, o que é altamente inaceitável". ElBaradei disse que os dois inspetores remanescentes são o único instrumento da Aiea para que possa monitorar o programa nuclear do país asiático. Na semana passada, a Coréia do Norte começou a remover os lacres de segurança e a bloquear as câmeras de vigilância da Aiea na usina de Yongbyon. Na quarta-feira passada, a Aiea disse que a Coréia do Norte havia começado a carregar o reator de combustível, mas acrescentou que não havia indícios de que os norte-coreanos tivessem enviado combustível suficiente para pôr o reator novamente em funcionamento. Os Estados Unidos acreditam que a Coréia do Norte já construiu pelo menos três ogivas nucleares. Há suficiente plutônio na usina de Yongbyon para produzir pelo menos outras duas, segundo estimativas norte-americanas. ElBaradei disse que não há indícios de que a Coréia do Norte tenha reativado uma usina que reprocessa combustível nuclear usado. Esse combustível reprocessado pode ser usado para produzir armas nucleares. "Violação de obrigações" Na quinta-feira, ElBaradei havia confirmado que a Coréia do Norte tinha começado a retirar os equipamentos de vigilância da Aiea, definindo a situação como "muito preocupante". Sem os sistemas de vigilância, a Coréia do Norte está operando "em total violação de suas obrigações sob o tratado de não proliferação", afirmou. ElBaradei convocou uma reunião extraordinária dos diretores da Aiea, marcada inicialmente para o dia 6 de janeiro, a fim de discutir as iniciativas norte-coreanas. O diretor-geral disse que pretende declarar à junta que as ações de Pyongyang incapacitaram a agência de verificar se material nuclear não foi desviado para fabricação de armas. A Coréia do Norte está sob crescente pressão internacional para abandonar sua decisão de reativar reatores nucleares, ignorando um acordo de 1994. Nesta sexta-feira, a Austrália anunciou que arquivou os planos de abrir uma embaixada em Pyongyang devido ao que chamou de violações norte-coreanas de suas obrigações de não proliferação. Enviado dos EUA Em Washington, o Governo Bush declarou na quinta-feira que deve enviar um representante à Coréia do Sul na próxima semana para coordenar a estratégia para a crise. Assessores de segurança nacional do presidente George W. Bush se reunirão nas próximas horas, na Casa Br

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