Coreia do Norte volta a lançar míssil no Mar do Japão

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Publicado Segunda, 29 de Maio de 2017 às 07:41, por: CdB

Segundo Seul, este seria o terceiro lançamento do tipo em três semanas. Tóquio condena manobra como ameaça ao transporte aéreo e naval na região. EUA alertam sobre risco de conflito de grandes proporções

Por Redação, com DW - de Seul:

A Coreia do Norte lançou ao menos um suposto míssil balístico na Península da Coreia nesta segunda-feira, no mais recente de uma série de testes executados pelo país, afirmaram autoridades sul-coreanas.

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Foto não datada divulgada pela agência de notícias estatal norte-coreana, KCNA, mostra lançamento de míssil

O projétil, que segundo a Coreia do Sul foi lançado a partir da cidade costeira de Wonsan, viajou 450 quilômetros e atingiu uma altitude de 120 quilômetros antes de cair no Mar do Japão.

A agência sul-coreana de notícias Yonhap afirmou, sem mencionar as fontes, que o projétil lançado seria um míssil balístico. Seul, porém, ainda investiga para saber qual foi o tipo de armamento utilizado. Caso seja confirmado que seria de fato um míssil balístico. Este seria o terceiro lançamento desse tipo feito pela Coreia do Norte nas últimas três semanas.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional logo após o lançamento. Ao ser eleito no início de maio, ele sinalizou a possibilidade de seu país adotar uma postura mais flexível para com seu vizinho do norte. O presidente diz que as sanções aplicadas ao Pyongyang fracassaram na tentativa de aplacar as ameaças norte-coreanas e o avanço do programa nuclear.

Seul retomou programas bilaterais que estavam paralisados. Como o de envio de ajuda civil. Analistas. Porém, não acreditam que o novo presidente tentará uma reaproximação mais profunda com Pyongyang. Uma vez que o regime norte-coreano já foi longe demais em suas ambições nucleares.

Japão promete ações concretas

O Japão condenou o lançamento de um míssil norte-coreano, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu tomar "ações concretas". Em conjunto com os Estados Unidos.

– Jamais iremos tolerar as contínuas provocações da Coreia do Norte, que ignoram os repetidos alertas da comunidade internacional – afirmou o premiê.

O chefe de gabinete do governo japonês, Yoshihide Suga, disse a repórteres que o lançamento é "altamente problemático. Sob a perspectiva da segurança do tráfego naval e aéreo. E uma clara violação às resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

Os líderes do G7, que reúne sete principais economias do mundo. Afirmaram, em declaração conjunta divulgada após a reunião da semana passada. Que Pyongyang representa uma ameaça cada vez maior mais grave à paz e estabilidade internacional.

Os líderes prometeram reforçar as medidas contra o país, a não ser que o regime do líder Kim Jong-un decida abandonar seu programa nuclear. "Como ficou claro no encontro do G7. O problema da Coreia do Norte é uma das prioridades da comunidade internacional", disse Abe.

Ameaça internacional

Em Washington, a Casa Branca confirmou que o presidente norte-americano, Donald Trump, foi notificado sobre o lançamento norte-coreano. Os Estados Unidos manifestaram a intenção de discutir com a China. O principal aliado da Coreia do Norte. Uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU contra Pyongyang.

Pequim, segundo os norte-americanos, teria se dado conta de que chegou o momento de frear as ambições nucleares norte-coreanas por meio de negociações.

Neste domingo, o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, alertou durante entrevista à emissora CBS que, se as tentativas diplomáticas fracassarem, o mundo poderá testemunhar "provavelmente o pior tipo de conflito da vida da maioria das pessoas".

– O regime norte-coreano possui centenas de canhões de artilharia e lançadores de foguetes com alcance até uma das cidades mais densamente povoadas em todo o mundo, a capital da Coreia do Sul – afirmou. "No caso de uma guerra, eles representarão perigo também para a Rússia e a China."

A China lembrou que as resoluções do Conselho de Segurança da ONU estabeleceram regras claras em relação às atividades bélicas de Pyongyang e pediu que o regime norte-coreano não as descumpra.

– A situação na Península da Coreia é complexa e sensível, esperamos que todas as partes envolvidas mantenham a calma, exerçam a moderação e aliviem a situação tão logo quanto possível, recolocando essa questão no caminho correto do diálogo pacífico – afirmou o Ministério chinês do Exterior em comunicado.

Moscou condenou o novo lançamento e também pediu moderação, "inclusive em relação às atividades militares" por parte de seus parceiros norte-coreanos, segundo informou a agência de notícias RIA, citando um vice-ministro russo do Exterior.

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