Covid-19 atinge marcas recordes e coloca o país de joelhos diante da pandemia

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Publicado Sábado, 27 de Março de 2021 às 13:46, por: CdB

Boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na véspera, informa que a covid-19 avança agora entre os mais jovens. Dados atuais revelam a fragilidade da população com idade entre 30 e 59 anos às novas cepas do coronavírus.

Por Redação - de São Paulo

O Brasil ultrapassa, mais uma vez, a marca dos 3 mil mortos e completa a semana de recordes relacionados à pandemia do novo coronavírus. Na véspera, o país registrou 3.650 mortes em apenas 24 horas e o total de óbitos chega, assim, a 307.112, segundo dados do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

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Equipe médica de uma Unidade de Tratamento Intensivo contra a covid-19 reza para que a pandemia seja controlada

Na segunda-feira, as autoridades sanitárias reportaram 1 milhão de novos casos em 15 dias, totalizando 12 milhões de infectados. O intervalo anterior, entre os 10 e 11 milhões de pessoas contaminadas com o vírus SarsCov2, havia ocorrido no início deste mês.

Boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta sexta-feira, informa que a covid-19 avança agora entre os mais jovens. Dados atuais revelam a fragilidade da população com idade entre 30 e 59 anos às novas cepas do coronavírus.

Bolsonaro

Segundo a Fiocruz, foi detectado um aumento exponencial nas notificações de casos de covid nessa faixa, quando se consideram os números registrados do início do ano até 13 de março deste ano. Os dados analisados mostram um salto de 565,08% (30 a 39 anos), 626% (40 a 49 anos) e 525,93% (50 a 59 anos).

Os dados que estampam o descontrole da crise potencializaram as críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se destaca negativamente, no mundo, por seus ataques às políticas de isolamento e de defesa dos supostos medicamentos milagrosos para o que chama de “tratamento precoce” da covid-19 – método já condenado por diferentes especialistas e banido por instâncias médicas devido aos riscos à saúde.

Desespero

Tânia Alves, técnica de enfermagem do Hospital das Clínicas de Marília, revelou a jornalistas os momentos difíceis porque passou, com a covid-19. O pessoal da área de saúde está próximo ao esgotamento total.

— Eu entrei no hospital e não vi ninguém da minha família. A partir do momento em que você entra, você não vê mais sua família. Como é um setor que você não vai poder ficar com acompanhante, tudo quem faz é o técnico. A partir do momento em que você pisa no hospital e é internado com covid, você vai ver sua família só quando você sair. Se você sair — afirmou.

Alves ficou internada por três dias em uma ala, foi piorando, não conseguia respirar e seguiu para a UTI.

— Na noite que me falaram que eu seria intubada, entrei em desespero. Comecei a chorar porque sabia que podia não mais voltar. Eu pensava nas minhas filhas, na minha família. Não vou ver minha filha se formar, não vou ver mais meu marido, minha casa. Não vou ver mais ninguém. Achei que nunca mais fosse sair daquela situação — concluiu.

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