CPI da Covid tem autorização para usar da força para buscar depoentes

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Publicado Segunda, 13 de Setembro de 2021 às 14:18, por: CdB

Tolentino é amigo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e os senadores o apontam como suposto sócio oculto da empresa FIB Bank. Foi ela que deu a garantia do contrato de R$ 1,6 bilhão da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde, para venda de 20 milhões de doses da vacina contra covid-19 Covaxin.

Por Redação - de Brasília
A Justiça Federal do Distrito Federal (JF-DF) determinou, nesta segunda-feira, que o advogado Marcos Tolentino, presidente da rede de televisão Rede Brasil, seja intimado a comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, na próxima terça-feira. A Justiça autorizou que, em caso de não comparecimento sem a devida justificativa, ele seja conduzido coercitivamente para prestar depoimento.
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Tolentino é dono de um patrimônio considerado suspeito pela CPI da Covid
Tolentino é amigo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e os senadores o apontam como suposto sócio oculto da empresa FIB Bank. Foi ela que deu a garantia do contrato de R$ 1,6 bilhão da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde, para venda de 20 milhões de doses da vacina contra covid-19 Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech. Em meio às apurações da CPI, o contrato foi cancelado, após suspeitas de que a empresa atuou no ministério para receber de forma antecipada, dentre outros pontos. O advogado nega ser sócio oculto da empresa. Ele já foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que não compareça à comissão, mas não obteve autorização da ministra Cármen Lúcia. Ele foi convocado e iria prestar depoimento no dia 1º, mas não compareceu à oitiva após alegar um problema de saúde e ser internado no Hospital Sírio-Libanês.

‘De maca’

Tolentino recebeu alta no dia seguinte. Ainda assim, a defesa entrou com pedido para que a ministra reconsiderasse a sua decisão anterior. A magistrada já havia decidido que ele tem que comparecer à CPI, mas tem o direito de permanecer em silêncio sobre fatos que possam incriminá-lo. Após o não comparecimento de Tolentino por alegar problema de Saúde, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), não escondeu o seu aborrecimento. — O Marcos Tolentino é um fraudador. E não vai fraudar uma doença? Veja bem: o Marcos Tolentino é aquele cidadão que é dono de um banco que não é banco, que tem um capital de 7,5 bilhões num terreno, em São Paulo, que não existe. É esse cidadão que se interna às vésperas de ser ouvido! Ele virá para cá, nem que seja de maca, mas vai vir aqui — resumiu o senador.
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