Mark Zuckerberg, fundador e presidente-executivo do Facebook, pediu desculpas por “quebra de confiança” em propagandas publicadas em jornais na Grã-Bretanha e nos EUA.
Por Redação, com agências internacionais – de Londres
Pesquisas de opinião publicadas no domingo nos Estados Unidos e na Alemanha indicam que a maioria do público está perdendo a confiança no Facebook com relação à proteção da privacidade, e a empresa resolveu publicar anúncios em jornais britânicos e norte-americanos para pedir desculpas aos usuários.

Menos da metade dos norte-americanos confia que o Facebook obedece às leis de privacidade dos EUA, segundo pesquisa Reuters/Ipsos divulgada neste domingo. Enquanto isso, uma pesquisa publicada pelo Bild am Sonntag, o jornal de maior circulação da Alemanha, mostrou que 60% dos alemães temem que o Facebook e outras redes sociais estejam causando um impacto negativo na democracia.
Mark Zuckerberg, fundador e presidente-executivo do Facebook, pediu desculpas por “quebra de confiança” em propagandas publicadas em jornais como o Observer, na Grã-Bretanha, e New York Times, Washington Post e Wall Street Journal, nos EUA.
“Temos a responsabilidade de proteger as suas informações. Se não conseguimos, não merecemos”; afirma o anúncio. Aparece com um texto simples em um fundo branco; com um pequeno logotipo do Facebook.
Cambridge Analytica
A maior rede de mídia social do mundo está sob crescentes críticas na Europa e nos Estados Unidos e tenta reparar sua reputação entre usuários, anunciantes, legisladores e investidores.
Isso se deve às alegações de que a consultoria britânica Cambridge Analytica obteve indevidamente acesso às informações dos usuários; para construir perfis de eleitores norte-americanos. Estes, mais tarde; foram usados para ajudar a eleger o presidente dos EUA, Donald Trump, em 2016.
O senador norte-americano Mark Warner, principal democrata no Comitê de Inteligência do Senado; disse em uma entrevista no programa Meet the Press, da NBC, que “o Facebook não tinha sido totalmente aberto” sobre como a Cambridge Analytica usou dados do Facebook.
Quebra de confiança
Warner repetiu pedidos para que Zuckerberg testemunhe pessoalmente perante os legisladores dos EUA. Disse que o Facebook e outras empresas de internet estavam relutantes em enfrentar “o lado sombrio das mídias sociais”; e como elas podem ser manipuladas.
Zuckerberg reconheceu que um aplicativo construído por um universitário “vazou dados do Facebook de milhões de pessoas em 2014”.
— Isso foi uma quebra de confiança. Eu sinto muito por não termos feito mais na época — disse Zuckerberg. Ele reiterou, em seguida, um pedido de desculpas feito pela primeira vez na semana passada; em entrevistas na televisão norte- americana.
Credibilidade
As ações do Facebook caíram 14% na semana passada, enquanto a hashtag #DeleteFacebook ganhou força online.
A pesquisa Reuters/Ipsos revelou que 41% dos norte-americanos acreditam que o Facebook obedece a leis que protegem as informações pessoais dos usuários; ante 66% que confiam na Amazon.com; e 62% que confiam no Google. A pesquisa foi realizada de quarta a sexta-feira e teve 2.237 respostas.
Na pesquisa alemã publicada pelo Bild, apenas 33% acham que a mídia social teve um efeito positivo sobre a democracia; contra 60% que acreditam no oposto.
Estável
É cedo para dizer se a desconfiança levará as pessoas a sair da rede social. É o que disse a analista da eMarketer, Debra Williamson, em uma entrevista. Clientes de bancos ou de empresas em outras indústrias não necessariamente desistem delas depois de perder a fé nelas, disse ela.
— É psicologicamente mais difícil abandonar uma plataforma como o Facebook; que se tornou muito bem enraizada na vida das pessoas — disse ela.
Dados fornecidos à agência inglesa de notícias Reuters pela empresa israelense SimilarWeb; que mede audiência online, indicaram que o uso da rede social nos principais mercados e no mundo permaneceu estável durante a semana passada.