Cruz Vermelha ordena que golpistas venezuelanos parem de usar sua marca

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Publicado Domingo, 24 de Fevereiro de 2019 às 15:16, por: CdB

Em linha com o pedido da Cruz Vermelha, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, voltou a acusar, neste domingo, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e seus "assalariados" de atearem fogo a um caminhão com ajuda humanitária em busca de pretexto para iniciar uma guerra.

 
Por Redação, com agências internacionais - de Caracas e Genebras
  A Federação Internacional da Cruz Vermelha, a maior organização humanitária do mundo, pediu que pessoas não afiliadas à entidade que parem de usar os emblemas da Cruz Vermelha nas fronteiras da Venezuela com Colômbia e Brasil.
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A Venezuela nega que tenha ateado fogo aos caminhões que carregavam alimentos e acusa os EUA de disseminar notícias falsas
"Nós ficamos sabendo que algumas pessoas não afiliadas com a Cruz Vermelha da Colômbia e da Venezuela que estão usando os emblemas da Cruz Vermelha na fronteira da Venezuela com a Colômbia e o Brasil. Nós urgimos que parem de fazer isso. Entendemos que a intenção pode ser boa, mas estão colocando em risco nossa neutralidade, imparcialidade e independência", afirma o comunicado. Neutralidade, imparcialidade e independência são os princípios básicos da organização, que se vale da isenção para poder ajudar civis e vítimas da guerra em zonas de conflito. A instrumentalização do termo "ajuda humanitária" tem sido bastante criticada na Venezuela por parte do governo Maduro e de seus aliados. A alegação é que sob a justificativa de ajudar as pessoas, estão tentando abrindo as portas para a intervenção estrangeira e interferir na soberania do país, assim como aumentando a tensão nas fronteiras. "A cruz vermelha e o crescente vermelho são os emblemas reconhecidos e protegidos pelo Direito Internacional Humanitário. (…) O uso dos emblemas para esconder ou obrigar combatentes ou material militar durante um conflito armado (isto é, com uma intenção pérfida) é considerado como um crime de guerra. As violações de menor gravidade devem igualmente ser punidas", diz a ficha técnica sobre a proteção do emblema da Cruz Vermelha.

Notícias falsas

Em linha com o pedido da Cruz Vermelha, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, voltou a acusar, neste domingo, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e seus "assalariados" de atearem fogo a um caminhão com ajuda humanitária em busca de pretexto para iniciar uma guerra. "O secretário Pompeo, especialista da CIA em operações de bandeira falsa, acredita que engana o mundo com um caminhão queimado na Colômbia por seus próprios agentes […]", escreveu Arreaza na sua conta no Twitter. "Pompeo e seus sicários estão desesperados por fabricar um pretexto para a guerra. Hoje a operação lhe correu mal. Se quer encontrar aqueles que queimaram o caminhão com falsa ajuda humanitária, que os busque entre seus assalariados", acrescentou ele.

Bombas

Neste sábado, a oposição venezuelana com apoio de Brasil, EUA e Colômbia, tentou fazer entrar uma suposta “ajuda humanitária” na Venezuela. Caracas afirma que nenhum veículo chegou a entrar em território venezuelano e que os opositores fizeram operações de “falso positivo”, queimando caminhões que conteriam esta suposta ajuda. "Dois caminhões, dos quatro com suposta ajuda humanitária dos Estados Unidos, que pretendiam ingressar na Venezuela através da fronteira da Colômbia, foram queimados sobre uma ponte que liga os dois países", registrou notícia da teleSUR. Notícias que circularam por meio de agências internacionais disseram que os caminhões, segundo os opositores, foram atacados por bombas incendiárias das forças de segurança da Venezuela.

Invasão do país

A tensão política na Venezuela aumentou desde que, em 23 de janeiro, Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, se declarou presidente interino do país. Os EUA e vários países da Europa e América Latina, inclusive o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino do país. Rússia, China, Cuba, Bolívia, Nicarágua, Turquia, México, Irã e muitos outros países manifestaram seu apoio a Maduro como presidente legítimo do país e exigiram que outras nações respeitem o princípio de não interferência nos assuntos internos do país latino-americano. Na véspera, o presidente Nicolás Maduro anunciou o rompimento de relações diplomáticas e políticas com a Colômbia. “Trinta dias depois, o golpe de Estado fracassou. O derrotamos. Fracassaram. E o que vão fazer agora? Vão seguir jogando o jogo do intervencionismo. Hoje tentaram mais um show. O tempo de Deus é perfeito. Haverá justiça”, disse a apoiadores que se manifestaram em Caracas contra uma possível invasão do país.
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