O Governo de Cuba anunciou nesta terça-feira, em Washington, que flexibilizará os trâmites das permissões de entrada para os cubanos no exterior que viajem à ilha, por sua vez condenou novamente as restrições de viagens impostas pelos EUA. A partir do próximo 1º de junho, os cubanos que residem no exterior e desejem viajar a Cuba poderão fazê-lo sem mais impedimento migratório que um passaporte válido, assinalou a Seção de Interesses cubanos em Washington.
A medida exclui uma “pequena minoria” de cubanos que tenha participado de “atividades terroristas e/ou preparadas para destruir seu país”, explicou em uma entrevista coletiva o chefe da Seção de Interesses cubanos em Washington, Dagoberto Rodríguez.
Rodríguez além disso rejeitou as acusações que Cuba seja fonte de desestabilização internacional, pelas quais Washington decidiu, na semana passada, endurecer as restrições das viagens de navio entre portos americanos e cubanos.
A flexibilização dos trâmites foi adiantada por Rodríguez de cara à “III Conferência Nação e Emigração”, que se realizará entre 21 e 23 de maio e que reunirá em Cuba “centenas” de cubanos que residem em uns 80 países. As maiores comunidades de cubanos no exterior estão nos Estados Unidos, México, Espanha e Venezuela.
A habilitação dos passaportes, que antes tinha um custo de US$ 60, se fará de forma gratuita pelo escritório consular correspondente. O anúncio da flexibilização nas permissões de entrada – impostos por Cuba como medida de segurança nacional – poderia beneficiar a mais de 100 mil cubanos que viajam à ilha anualmente.
Em 2003, cerca de 170 mil cidadãos cubanos visitaram Cuba, dos quais uns 120 mil eram cubano-americanos residentes nos Estados Unidos. Desde antes da chegada ao poder do presidente Fidel Castro, em 1959, a Constituição cubana não aceita a dupla nacionalidade, por isso as pessoas de ascendência cubana, nascidas no exterior devem solicitar passaporte cubano.