Dallagnol escapa de debate com editor do The Intercept Brasil

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Publicado Terça, 10 de Setembro de 2019 às 10:53, por: CdB

No debate serão discutidas a legalidade e a razoabilidade administrativa da conduta dos agentes públicos envolvidos na troca de mensagens entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador chefe da força tarefa da Operação Lava Jato.

Por Redação, com Agências de Notícias - de Brasília Deltan Dallagnol, procurador e coordenador da força-tarefa da Lava Jato, desistiu de comparacer, nesta terça-feira, a audiência sobre a troca de mensagens entre autoridades da operação, na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados. Além dele, foram convidados para o debate o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz; e o editor-executivo do The Intercept Brasil (que publicou as mensagens), Leandro Demori.
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O procurador Deltan Dallagnol enviou justificativa para a ausência no debate na Câmara dos Deputados
No debate serão discutidas a legalidade e a razoabilidade administrativa da conduta dos agentes públicos envolvidos na troca de mensagens entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador chefe da força tarefa da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol. Dallagnol e bancos De acordo com a agência norte-americana de notícias Intercept e ao diário conservador espanhol El País, o procurador teria agido em favor de acordos vantajosos para os maiores bancos comerciais do país. Dallagnol chegou a proferir palestra na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em evento reservado para a XP Investimentos. Aparentemente, o procurador capitulou diante dos banqueiros. Horas antes da palestra para a Febraban, o procurador Deltan Dallagnol manifestou em mensagem preocupação sobre a atuação do setor bancário. “Estou preocupado com relação aos nossos passos em relação aos bancos”, escreve ele no chat Filhos do Januario 3. “Eu acho que eles vão se mover e vão mudar nosso cenário, via lei ou regulação (Coaf, Febraban…). São muito poderosos”, acrescentou. Faturamento Ano passado, em 17 de outubro, Dallagnol recebeu R$ 18.088 pela palestra à Febraban sobre prevenção e combate a lavagem de dinheiro. O valor chega perto do que ganhou naquele mês inteiro de trabalho: R$ 22.432 de salário líquido, segundo o Portal da Transparência. Em maio de 2018, o procurador já havia negociado uma palestra para CEOs e tesoureiros de grandes bancos brasileiros e internacionais, organizado pela XP Investimentos. O evento foi secreto e teve como tema “Lava Jato e eleições. A Intercept publicou que ele previa faturar R$ 400 mil com livros e palestras em 2018. “O Banco, na verdade os bancos, faturaram muuuuuuito com as movimentações bilionárias dele”, disse o procurador Roberson Pozzobon em outra troca de mensagens com seus colegas em 16 de outubro do ano passado. Pozzobon se refere às movimentações financeiras do empresário e lobista Adir Assad, condenado por lavagem de dinheiro, acusado de envolvimento em diversos escândalos de corrupção. Lava Jato Para o analista político Francisco Fonseca, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), a Operação Lava Jato precisa ser encerrada, em nome da própria democracia. Após as últimas revelações trazidas pela Vaza Jato, de que os procuradores teriam ignorado delação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) que envolveriam até o ex-presidente Michel Temer (MDB-SP), ele diz que não é possível separar o joio do trigo em relação às ações da República de Curitiba. - O joio e o trigo estão de tal maneira misturados que a operação tem que ser encerrada. Se o Brasil quiser ser minimamente democrático, a Lava Jato precisa ser encerrada. E todos que participaram desse conluio criminoso precisam ser processados e expulsos dessas corporações. Mais ainda, precisam ser presos. Sergio Moro e Deltan Dallagnol são criminosos. Não tem conversa. Cometeram crime de lesa-pátria. Entregaram o Brasil - disse Fonseca, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabanãs e Glauco Faria para o Jornal Brasil Atual desta terça-feira.
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