Dallagnol sai ileso no CNMP e caso do PowerPoint é arquivado

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Publicado Terça, 25 de Agosto de 2020 às 14:36, por: CdB

Os procuradores da Lava Jato, sob a liderança de Dallagnol, convocaram ainda em 2016 uma entrevista coletiva, na qual revelaram os caminhos peculiares de uma investigação que não conseguiu reunir uma só prova contra o ex-presidente Lula.

Por Redação - de Brasília
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) arquivou, nesta terça-feira, a denúncia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o procurador Deltan Dallagnol, chefe da Operação Lava Jato em Curitiba, devido ao uso de um PowerPoint no caso do tríplex do Guarujá, processo que manteve o líder petista preso por mais de um ano. Por maioria, os magistrados consideraram o processo prescrito.
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O procurador Deltan Dallagnol foi julgado no CNMP, mas o processo foi arquivado por chegar à prescrição
Os procuradores da Lava Jato, sob a liderança de Dallagnol, convocaram ainda em 2016 uma entrevista coletiva, na qual revelaram os caminhos peculiares de uma investigação que, ao longo de mais de dois anos, não conseguiu reunir uma só prova, física ou documental, contra o ex-presidente da República. Para falar do processo contra o petista, eles colocaram o nome de Lula em um círculo com vários outros em volta, preenchidos com termos como "enriquecimento ilícito", "mensalão", "José Dirceu", "expressividade" e "vértice comum”. Os advogados de Lula recorreram ao conselho, que fiscaliza a atividade de procuradores. O caso foi pautado 43 vezes, mas nunca julgado.

Removido

Dessa vez, consta da pauta desta tarde, mas tende a ser arquivado, segundo analistas jurídicos, tanto porque as punições mais leves, como advertência ou censura, já prescreveram e a abertura de investigação para o afastamento de Dallagnol da carreira parece ser exagerada, do ponto de vista dos magistrados. Para que seja afastado da carreira, Dallagnol precisaria ser reincidente, e é, uma vez que sofreu advertência por ter dito que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aparentavam agir com leniência diante da corrupção. Mas, na semana passada, o ministro da Corte Luiz Fux, suspendeu a pena para efeito de reincidência em novos julgamentos contra o procurador. Os advogados Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Martins, que integram a defesa de Lula, recorreram ao Supremo depois de decisões da Corte que beneficiaram Dallagnol e pedem que ele seja removido do comando da operação. Outro ministro do STF, Celso de Mello suspendeu por duas vezes julgamentos até que o Plenário da Corte chegue a uma decisão definitiva sobre a pauta.

Processos

Um deles julgaria ação apresentada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Segundo o parlamentar, Dallagnol fez campanha na internet para atacá-lo. A outra trata de um pedido da senadora Kátia Abreu (PP-TO). A congressista cita 16 reclamações disciplinares contra Dallagnol e também o acordo com a Petrobras para que R$ 2,5 bilhões recuperados fossem destinados a um fundo da Lava Jato.
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