Debate encerra campanha com Lula a um passo do Planalto

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Publicado Sexta, 25 de Outubro de 2002 às 23:58, por: CdB

Os candidatos à Presidência do Brasil, o favorito Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, o Partido dos Trabalhadores, e José Serra, do PSDB, o partido governamental, participaram nesta sexta-feira até perto da meia-noite do último debate antes das eleições do domingo, evitando ataques pessoais e virtualmente repetindo os temas tratados durante a propaganda eleitoral. Houve poucos momentos de tensão durante as duas horas e dez minutos em que os dois candidatos se apresentaram para milhões de eleitores em todo o Brasil. Logo após o debate, o Ibope informou que o progama atingiu 46 pontos de audiência em seu momento de pico, mantendo uma média de 38 pontos entre o início e o final. Com isso, superou em termos de audiência o debate do primeiro turno, que teve uma participação dos quatro candidatos iniciais e uma média de 31 pontos. Os dois candidatos que chegaram ao segundo turno debateram de pé, no centro de uma arena, circundada por uma arquibancada em que estiveram 150 convidados. O debate transcorreu sem grande interesse, em parte por não ter praticamente havido confronto entre os candidatos e também pelo franco favoritismo do candidato do PT. Os temas dominantes foram de caráter econômico, incluindo questões de confisco de poupança, reforma tributária, previdência, emprego e transportes. Cabo eleitoral de Lula distribui bandeiras no Rio de Janeiro Lula, favorito com pouco mais de 60 por cento das intenções de voto, e Serra com um pouco mais da metade de seu adversário, iniciaram o debate às 22:45 locais com um abraço formal e logo começaram a responder às perguntas de 50 eleitores apontados como indecisos e escolhidos por um instituto de opinião pública. Lula respondeu com um categórico "não" quando foi perguntado se seu eventual governo pode vir a confiscar as poupanças dos brasileiros. "Pelo contrário, vamos incentivar a poupança interna", disse o candidato. Serra também não perdeu tempo em concordar com Lula. "Nada de confisco das poupanças. Nada disso", afirmou Serra. Os dois candidatos também apresentaram nesta sexta-feira seus últimos dois programas de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. A partir da meia-noite, ficou proibido todo tipo de propaganda eleitoral visando ao segundo turno das eleições, que será realizado no próximo domingo. As mais recentes pesquisas de opinião, divulgadas nos últimos dias pelos institutos Ibope, Vox Populi e Sensus, dão ampla vantagem ao candidato do PT na preferência do eleitorado. Os índices de Lula variam entre 59 por cento e 64 por cento; Já a preferência por Serra varia entre 31 por cento e 36 por cento. O candidato do PSDB, no entanto, manifestou otimismo em relação ao próximo domingo. Na noite de quinta-feira, Serra declarou que ainda tem possibilidades de vitória, lembrando que, no primeiro turno, havia conseguido oito pontos percentuais de votos a mais do que os institutos tinham previsto. O campo de Lula, no entanto, manifestou confiança na vitória e dedicou a última semana de campanha a divulgar mensagens para tranqüilizar os investidores estrangeiros e os mercados financeiros. Assessores do petista garantiram que Lula está comprometido a manter uma política fiscal responsável e, inclusive, a respeitar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo qual o Brasil receberá mais de 30 bilhões de dólares em ajuda econômica. Cerca de 115 milhões de eleitores estão aptos para votar no próximo domingo. Além do presidente da República e de seu vice, os brasileiros elegerão governadores em 13 estados e no Distrito Federal, onde a disputa não foi decidida no primeiro turno, em 6 de outubro passado. No primeiro turno, Lula recebeu 46,4 por cento dos votos e Serra, 23,2 por cento.

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