Decisão sobre Romero Meirelles serão tomadas após decisões judiciais

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Publicado Sexta, 29 de Abril de 2005 às 13:36, por: CdB

Em sua primeira entrevista coletiva após dois anos e quatro meses de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que só vai se posicionar sobre as denúncias de irregularidades contra o ministro da Previdência Social, Romero Jucá, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, após decisões da justiça.

- Eu primo por entender que todo ser humano é inocente até prova em contrário - disse Lula.

Sobre Jucá, Lula disse que só irá se posicionar sobre a permanência do ministro na Previdência depois que as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal forem concluídas. A pergunta do jornalista do Correio Braziliense, Sandro Lima, era se o ministro Jucá, diante da "saraivada" de denúncias de irregularidades, estava à altura de sua missão.

- Na hora em que tiver esse veredicto, eu tomarei a posição que tiver que tomar. Por enquanto, o ministro Jucá está cumprindo uma tarefa que eu dei a ele, que é a de tentar, de uma vez por todas, acabar com o déficit da Previdência Social. Até que provem o contrário, ele vai continuar fazendo esse trabalho muito bom que está fazendo.

Segundo Lula, o ministro já apresentou o primeiro balanço de seu trabalho, que mostra queda no déficit nos últimos dois meses.

O presidente lembrou ainda que, ao tomar posse, o então senador Romero Jucá lhe entregou um dossiê com todas as acusações que pesavam contra ele e uma série de documentos provando o que já tinha sido feito. Segundo Lula, o próprio Jucá solicitou que o Ministério Público e a Polícia Federal investiguem com rapidez as denúncias contra ele.

O ministro, empossado na Previdência há menos de dois meses, tem recebido denúncias de oferecer fazendas inexistentes como garantia de um empréstimo contraído junto ao Banco da Amazônia (Basa) em nome da empresa Frangonorte.

Ao ser questionado pela jornalista Tânia Monteiro do jornal O Estado de S.Paulo, se, a fim de evitar tumulto no mercado e na economia, iria substituir o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida abrir uma investigação contra ele, Lula respondeu que vai aguardar a decisão do Supremo antes de tomar alguma atitude.

- Se o Supremo Tribunal Federal abrir uma investigação, é uma investigação. Eu só posso tomar uma atitude quando houver uma conclusão. O que quero para mim, eu faço para os outros. E não quero ser julgado antecipadamente, quero que me dêem o direito de defesa - disse o presidente.

O procurador-geral da República, Cláudio Fontelles, encaminhou ao STF no último dia cinco de abril um pedido de abertura de inquérito contra o presidente do Banco Central. O motivo seria uma suposta evasão de divisas, configurado como crime eleitoral e lesão ao sistema financeiro nacional.

Segundo o pedido, Meirelles teria enviado dinheiro ao exterior de forma irregular na época em que presidia o Banco de Boston, em 1999. O atual presidente do Banco Central também teria informado à Receita Federal que morava nos Estados Unidos, e dito à Justiça Eleitoral que residia em Goiás. O relator do processo no STF será o ministro Marco Aurélio Mello, que já recebeu o pedido de abertura de inquérito.

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