Declaração de Alllawi contraria membros da UE

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Publicado sexta-feira, 5 de novembro de 2004 as 10:51, por: CdB

O primeiro-ministro interino do Iraque, Iyad Allawi, tentou acalmar os ânimos europeus na sexta-feira depois de ter dito que os países contrários à guerra liderada pelos EUA eram “espectadores” da situação.

Mas vários líderes da União Européia (UE) afirmaram que o comentário dele, feito durante uma visita a Roma nesta quinta-feira, não ajudava em nada às vésperas do primeiro encontro em que o bloco econômico deve lhe oferecer um modesto pacote de ajuda.

– Eu disse que o que é história e é história, que o passado é passado. Precisamos dar início a novas operações, a um novo capítulo e precisamos olhar para o futuro. Definitivamente, queremos selar uma aliança positiva com a Europa – disse Allawi depois de um encontro com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, em Bruxelas.

O primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, um dos líderes europeus contrários à guerra, disse a repórteres:

– Não gosto da expressão ‘países espectadores’. Não a entendo, e se a entendo corretamente, não gosto nem um pouco dela – disse.

O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, afirmou que lembraria a Allawi sobre a contribuição da Alemanha no treinamento da polícia iraquiana e de militares nos Emirados Árabes Unidos, além do perdão de parte da dívida do país.

O presidente da França, Jacques Chirac, que se opôs à invasão do Iraque, não deve mais se reunir com Allawi, mas insistiu que não se tratava de desdenho.

– Não há problemas com as autoridades iraquianas – disse Chirac em uma entrevista coletiva..

O pacote de ajuda da União Européia é relativamente pequeno – 21 milhões de dólares destinados às eleições, apoio no desenvolvimento do sistema judicial e ajuda na proteção à Organização das Nações Unidas (ONU) para o pleito.

O fundo da UE a Allawi tinha por intenção acabar com as desavenças dentro do bloco a respeito da guerra e abrir as portas para uma nova fase de cooperação com os EUA depois da reeleição, nesta terça-feira, de George W. Bush.

No rascunho de um comunicado visto pela Reuters, os líderes do bloco deram sinais de que melhorarão suas relações com os norte-americanos.

– A UE espera trabalhar de perto com o presidente Bush e seu novo governo, para integrar esforços, incluindo em instituições multinacionais, para promover a lei e criar um mundo justo, democrático e seguro – disseram.