Demanda global por energia tende a ser adiada, por força da pandemia

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Publicado Terça, 13 de Outubro de 2020 às 12:08, por: CdB

Em seu cenário principal, a IEA projeta que uma vacina e tratamentos podem permitir uma recuperação da economia global em 2021 e a recuperação da demanda por energia em 2023, segundo o relatório anual de perspectivas da agência, que assessora governos do Ocidente em suas políticas energéticas.

Por Redação, com Reuters - de Paris
Uma recuperação lenta da pandemia de coronavírus ameaça adiar para 2025 a retomada total da demanda global por energia, disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta terça-feira.
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A Agência Internacional de Energia aconselha todos os seus membros a manter o equivalente a 90 dias de importações líquidas de petróleo em estoque
Em seu cenário principal, a IEA projeta que uma vacina e tratamentos podem permitir uma recuperação da economia global em 2021 e a recuperação da demanda por energia em 2023, segundo o relatório anual de perspectivas da agência, que assessora governos do Ocidente em suas políticas energéticas. Mas em um cenário de “recuperação lenta” esse cronograma seria adiado em dois anos, apontou a entidade.

Metas climáticas

Nesse caso, a IEA prevê que um novo tombo no curto prazo prejudicaria o crescimento potencial da economia, com falências e mudanças econômicas estruturais que levariam alguns ativos físicos a se tornarem improdutivos. A agência com sede em Paris vê a demanda global por energia caindo 5% em 2020, enquanto emissões do setor devem recuar 7% e os investimentos em energia devem cair 18%. A demanda por petróleo deve recuar em 8%, enquanto o uso de carvão deve ter baixa de 7%, com leve aumento no uso de renováveis. O chefe da IEA, Fatih Birol, disse à Reuters que governos estão atrasados na implementação de políticas para atingir metas climáticas. — A era de crescimento na demanda global por petróleo chegará ao fim dentro dos próximos 10 anos, mas na ausência de uma grande mudança em políticas governamentais eu não vejo um sinal claro de pico (da demanda). A recuperação da economia global deve em breve trazer a demanda por petróleo de volta aos níveis pré-crise — afirmou ele.

Petróleo

As incertezas sobre a demanda futura e a queda dos preços em 2020 significam que produtores estão inseguros sobre como tomar decisões sobre investimentos, alertou a IEA. Em linha com as previsões da IEA, a demanda mundial por petróleo também terá recuperação mais lenta em 2021 do que se pensava anteriormente, devido ao aumento dos casos de coronavírus, disse a Opep nesta terça-feira. Trata-se de mais um sinal das dificuldades enfrentadas pelo grupo e seus aliados enquanto buscam reequilibrar o mercado. A demanda deve aumentar em 6,54 milhões de barris por dia (bpd) no próximo ano, para 96,84 milhões de bpd, disse a Organização dos Países Exportadores de Petróleo em relatório mensal. A previsão de crescimento é quase 80.000 bpd inferior à divulgada um mês atrás.

Previsão

Os preços do petróleo despencaram à medida que a crise do coronavírus reduziu viagens e restringiu a atividade econômica. Embora no terceiro trimestre uma flexibilização de medidas restritivas tenha permitido uma recuperação da demanda, a Opep vê o ritmo de melhoria econômica desacelerando novamente. “Embora a recuperação do 3T20 em algumas economias tenha sido impressionante, a tendência de curto prazo permanece frágil, em meio a uma variedade de incertezas em curso, especialmente a trajetória de curto prazo da covid-19. Como essa incerteza se torna grande, em meio a um forte aumento global de infecções, não se espera que a recuperação considerável do 3T20 continue no 4T20 e em 2021”, disse a Opep, em nota, sobre as perspectivas econômicas. A Opep tem reduzido constantemente sua previsão de crescimento da demanda de petróleo em 2021 desde uma projeção de 7 milhões de bpd inicialmente apresentada em julho. O grupo também cortou sua estimativa da demanda mundial de petróleo no atual trimestre em 220.000 bpd. Para este ano, a projeção é de que a demanda por petróleo deve ter uma contração histórica de 9,47 milhões de bpd, segundo a Opep, que manteve inalterada previsão anterior.
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