Demissão de José Dirceu abre caminho para que ele possa se defender, diz líder do PSDB

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), afirmou que a demissão do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, abre caminho para que ele possa se defender, no Congresso, das acusações feitas pelo presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), sobre o suposto pagamento de mesadas a deputados do PL e do PP. José Dirceu vai reassumir o mandato de deputado federal por São Paulo.

Arthur Virgílio disse ainda que a saída de José Dirceu abre caminho para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça outras mudanças na sua equipe de governo.

O senador disse que “ninguém vai impedir ou ajudar” as investigações já em andamento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura denúncias de corrupção nos Correios. “Não temos que artificializar nada, temos que investigar todos, doa a quem doer”, afirmou Arthur Virgílio. Segundo o líder do PSDB, a comissão não pode fracassar porque a opinião pública jamais perdoaria. “Eu nunca vi o Congresso tão desacreditado como agora”.

O líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN), considera prematura qualquer iniciativa de se fazer uma representação contra oJosé Dirceu no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, como já ponderam deputados da oposição. O Conselho investiga as denúncias de Roberto Jefferson. “Deixa o José Dirceu chegar, deixa o Roberto Jefferson falar mais uma vez para ver se justifica, de forma insofismável, esta representação. Acho que é prematuro falar sobre isso”.

Já o senador Tião Viana (PT-AC), afirmou que, diante das denúncias feitas por Roberto Jéferson, o ministro da Casa Civil não tinha outra alternativa que não o afastamento do governo e o retorno à Câmara. “Era o único caminho posto para recompor a imagem do PT e dar credibilidade ao governo”.