Depois de conferir o Carnaval do Rio de Janeiro na segunda-feira, Gilberto Gil voltou na terça para ver a festa baiana do camarote Expresso 2222. Entre um trio elétrico e outro, o ministro da Cultura analisou a folia deste ano e contou como será 2005 no seu ministério.
– Nunca tinha visto uma quantidade de gente assim (no Carnaval de Salvador) – disse Gil à Reuters. Segundo dados da Prefeitura, divulgados na terça-feira, houve um aumento de 10 por cento no público, com 1,1 milhão de visitantes, sendo 600 mil de fora da Bahia e do Brasil.
– Teve a parte boa, mas também a parte ruim, o que faz com que a cidade procure um redirecionamento natural para melhorar sua vocação de cidade que tem o maior Carnaval de rua do mundo – continuou Gil, citando como problemas o trânsito, o policiamento, os negócios informais e os sanitários.
No Carnaval do ano passado, Gil havia previsto que 2004 seria o ano do teatro no ministério da Cultura. “Não foi de forma focada como gostaria. Mas fizemos avanços. O audiovisual e o patrimônio histórico acabaram tomando conta”, observou.
Entre os avanços, Gil falou da criação das quatro câmaras setoriais — uma somente para as artes cênicas — e o crescimento do financiamento para o setor.
Para 2005, a pasta liderada por Gil pretende concentrar esforços na discussão das leis de propriedade intelectual, nas atividades externas e no patrimônio cultural.
– Temos que aperfeiçoar a parte legislativa (da propriedade intelectual), pelo menos temos o dever de propor a discussão – disse o ministro.
O Brasil é o país homenageado deste ano na França e o Ministério da Cultura brasileiro lidera uma série de atividades. Haverá também a Copa Cultural da Alemanha em 2006 e um festival internacional no Senegal, no qual Gilberto Gil será o articulador da América Latina.