Depois de elogios, Genro quer Ciro fora do esforço pela união das esquerdas

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Publicado Quinta, 10 de Maio de 2018 às 13:56, por: CdB

Ciro Gomes tem oscilado entre 10% e 15% nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República. Manuela D'Ávila tem cerca de 3% das preferências. Guilherme Boulos, cerca de 1%.

 

Por Redação, com RBA - de Porto Alegre

 

Ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro usou sua conta Twitter, nesta quinta-feira, para pregar a união dos partidos de esquerda. Até semana passada, Genro tecia elogios ao candidato do PDT, Ciro Gomes, mas posiciona-se, agora, pela exclusão do ex-colega cearense.

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Tarso Genro, ex-governador gaúcho, quer Ciro Gomes fora do grupo das esquerdas

Segundo o líder de uma das correntes do PT, é preciso que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL); todos posicionados como pré-candidatos à Presidência da República, precisam deixar de lado possíveis diferenças. Eles deveriam se unir, segundo Genro, visando as eleições de outubro.

Ciro Gomes, no entanto, está fora desse esforço.

Pesquisas

“Lula na prisão política, o maior dirigente político da História recente do país. Manuela, lutadora brilhante, humanista em todos os poros. Boulos, nova esquerda esquerda coerente, dirigente de movimento social que se fez dirigente político preparado. Que os três se encontrem logo ali!”, escreveu Tarso, na rede social.

Ciro Gomes tem oscilado entre 10% e 15% nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República. Manuela D'Ávila tem cerca de 3% das preferências. Guilherme Boulos, cerca de 1%.

Os dois nomes cogitados como possíveis candidatos do PT se Lula não puder concorrer; o ex-prefeito de São Paulo. Fernando Haddad, e o ex-governador baiano Jaques Wagner registram cerca de 1% das intenções de voto, cada.

Ciro, contudo, tem sido criticado em função de suas recentes posições acerca do PT. Uma ala do partido dos Trabalhadores passou a pregar que a legenda não faça uma aliança com o pedetista.

Mercado

Com as chances de uma aliança imediata com o PT afastadas; Ciro Gomes começa a se aproximar de agentes do mercado econômico. Nos últimos dias, o candidato do PDT sinalizou que pretende reeditar o "Lula paz e amor" das eleições de 2002.

A possibilidade de o empresário Benajmin Steinbruch ser seu vice repete o perfil da chapa Lula-José Alencar. Ao mesmo tempo, o  coordenador do programa econômico de Ciro, Mauro Benevides Filho tem acenado ao mercado um programa ao estilo do que fez Antonio Palocci; coordenador da campanha de 2002 e principal redator da "Carta aos Brasileiros".

Benjamin Steinbruch filiou-se, discretamente, ao PP, no início do mês passado. Apenas três dias antes do encerramento do prazo para quem deseje concorrer em 2018. Segundo o presidente do PDT, Carlos Luppi, seria o nome ideal para compor a chapa com Ciro Gomes.

Dono do grupo Vicunha Têxtil e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN); um dos homens mais ricos do país, o perfil de Steinbruch assemelha-se ao de José Alencar. Ele era dono da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) e morreu de câncer, em 2011.

‘Carta aos brasileiros’

Ciro e Steinbruch são amigos há 20 anos e, entre 2015 e 2016, o candidato do PDT foi diretor da Transnordestina Logística, subsidiária da CSN. Da mesma maneira que Alencar foi atuante na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), chegando a ser seu presidente, Steinbruch é o primeiro vice-presidente da Fiesp. Seria, aos olhos dos articuladores da campanha de Ciro, um Alencar “atualizado".

Embora Ciro não tenha redigido sua "Carta aos Brasileiros", o coordenador econômico de sua campanha, Mauro Benevides Filho, buscou acalmar os investidores em relação ao programa econômico do pedetista.

Benevides Filho saiu em defesa do ajuste fiscal; da reforma da Previdência; da privatização de estatais e da manutenção de uma gestão conservadora dos juros. Benevides era, até um mês atrás secretário da Fazenda do Ceará, governado por Camilo Santana, do PT.

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