Deputado quer que MP obrigue prefeitura terminar obra em maternidade

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 19 de abril de 2005 as 14:31, por: CdB

O presidente da comissão de Saúde da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Paulo Pinheiro (PT) quer que o Ministério Público obrigue a prefeitura a retomar as obras na maternidade de Leila Diniz, em Jacarepaguá, zona Oeste da cidade.

No último dia cinco, um bebê prematuro morreu contaminado por uma bactéria ainda não identificada. No atestado de óbito as causas da morte foram identificadas como infecção perinatal, prematuridade e insuficiência renal aguda, mas a suspeita é de que ele tenha morrido por causa de uma infecção hospitalar. Desde o início de abril, quatro recém-nascidos foram contaminados por uma bactéria ainda não identificada.

O presidente da Comissão, deputado Paulo Pinheiro, visitou a maternidade na segunda-feira (18) e constatou que a prefeitura não cumpriu o compromisso assumido no ano passado de reformar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a Unidade Intermediária, além de ampliar a maternidade. Em 2004, as duas unidades foram inundadas pelo esgoto que reflui de uma favela vizinha, causando a infecção e morte de três recém-nascidos. Na ocasião, o Ministério Público determinou o fechamento dos 15 leitos da UTI e dos cinco leitos da Unidade Intermediária e a reforma do local.

De acordo com Pinheiro, documentos do Ministério da Saúde mostram que a prefeitura receberia R$ 2,1 milhões para realizar a obra e, em contrapartida, deveria investir R$ 450 mil. Entretanto, o repasse da verba foi suspenso porque a prefeitura não cumpriu sua parte no acordo.

Em nota oficial divulgada no dia 11, a secretaria Municipal de Saúde negou que a morte de Cauê esteja relacionada à infecção hospitalar, mas aguarda o laudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que está analisando amostras do sangue dos bebês. A secretaria informou ainda que a família do bebê morto não permitiu que fosse feita a necropsia do corpo. O delegado do 32º Distrito Policial, de Jacarepaguá, abriu inquérito para investigar a denúncia.