Desabafo diante de tanta hipocrisia evangélica

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Publicado Domingo, 10 de Julho de 2022 às 17:03, por: CdB

Só não vê quem não quer. Bolsonaro prepara o Brasil para a pior de suas eleições, mas para isso ele conta com um eleitorado fiel, de 30%, constituído do gado evangélico conduzido por pastores, não teólogos, que apostam no Evangelho do Poder Político. Como a linguagem do ódio, vingança, maldade e destruição, combustível para o clima de golpe que se aproxima, nada tem de evangélica, eles fazem uma outra interpretação bíblica: dizem também seguir o Velho Testamento, onde Jeová era deus guerreiro. O Brasil entrou num atoleiro do qual será difícil sair, criado sorrateiramente por um evangelho de importação norteameericana, interessado em destruir nossa brasilidade, nossa cultura, nossa música, nossos filmes, nosso teatro, nossa literatura e nossa alegria.  Se houver mesmo tentativa de golpe, esses zumbis lá estarão de armas na mão, em nome de Jesus, para acabar com nosso país e nossa democraria.

Por Rui Martins
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Tão pernicioso e perigoso como Bolsonaro é o Evangelho do Mal com que infectaram o Brasil
Me desculpem parentes e amigos que votaram e continuam apoiando Bolsonaro. O Brasil vive hoje um clima de ódio lançado por esse presidente, que nos reserva ainda um golpe e guerra civil. Vocês são cúmplices do assassinato na Foz de Iguaçu, vocês que gostavam de fazer arminha e que achavam normal seu candidato falar em matar uns 30 mil enquanto aplaudia o coronel torturador Ustra. E, quanta hipocrisia, se dizem seguidores de Cristo, se dizem evangélicos, quando a mensagem de Cristo sempre foi de paz, entendimento e solidariedade. E seus falsos pastores, que vocês seguem como gado incapaz de refletir, invocam para justificar o ódio e as ameaças, o Deus do Velho Testamento!! Então vocês nem cristãos são. Em todo caso, apoiando armas, torturas, destruições, mentiras não são de maneira nenhuma cristãos, são os evangélicos do Mal, os evangélicos do Capeta! Rui Martins é jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. Criador do primeiro movimento internacional dos emigrantes, Brasileirinhos Apátridas, que levou à recuperação da nacionalidade brasileira nata dos filhos dos emigrantes com a Emenda Constitucional 54/07. Escreveu Dinheiro sujo da corrupção, sobre as contas suíças de Maluf, e o primeiro livro sobre Roberto Carlos, A rebelião romântica da Jovem Guarda, em 1966. Foi colaborador do Pasquim. Fez mestrado no Institut Français de Presse, em Paris, e Direito na USP. Vive na Suíça, correspondente do Expresso de Lisboa, Correio do Brasil e RFI. Direto da Redação é um fórum de debates publicado no Correio do Brasil pelo jornalissta Rui Martins.
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