Desabrigados protestam ocupando casas em Veneza

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Publicado Sexta, 12 de Abril de 2019 às 09:33, por: CdB

Cerca de 25 milhões de turistas vão à cidade italiana a cada ano, dos quais aproximadamente 14 milhões só passam um dia no local. Veneza tem cerca de 8 mil apartamentos da rede Airbnb para aqueles que ficam mais tempo para desfrutar as atrações ao redor dos canais.

Por Redação, com Reuters - de Veneza

Famílias estão ocupando edifícios desocupados de Veneza para protestar contra o que dizem ser aluguéis altos que estão expulsando famílias da cidade enquanto o turismo se sobrepõe.
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Prédio ocupado por famílias desabrigadas em Veneza, na Itália
A população de Veneza encolheu rapidamente dos cerca de 175 mil habitantes do pós-Segunda Guerra Mundial para os cerca de 50 mil hoje em dia. Os moradores restantes se queixam de que sua cidade está sendo dominada por turistas enquanto eles têm que pagar as contas da limpeza e da segurança. Cerca de 25 milhões de turistas vão à cidade italiana a cada ano, dos quais aproximadamente 14 milhões só passam um dia no local. Veneza tem cerca de 8 mil apartamentos da rede Airbnb para aqueles que ficam mais tempo para desfrutar as atrações ao redor dos canais. Nicola Ussardi, de 41 anos, cofundador de um grupo de habitação comunitário que ajuda venezianos a encontrar lares, está ocupando um apartamento no distrito de Cannaregio desde 2013 com sua parceira, Nadia, e os dois filhos. Ele diz que muitas casas continuam vazias porque as pessoas são obrigadas a se mudar e não conseguem pagar a manutenção das propriedades para poder alugá-las – embora a autoridade de habitação da cidade afirme que os ativistas estão impedindo a reforma das casas ao ocupá-las. – Não há casas para os ricos ou para os menos ricos, nem mesmo para os pobres. Não há casas disponíveis em Veneza, a menos que você seja um turista – disse Ussardi, que tem uma barraca de souvenires perto da Praça São Marco. Ussardi ganha entre 800 e 1,3 mil euros por mês com o negócio. A maioria dos aluguéis para uma família de quatro pessoas no centro de Veneza passa de 900 euros por mês. Alessandro Dus, de 34 anos, está ocupando um apartamento há dois anos. – Queremos lutar contra os milhares de apartamentos fechados e abandonados de Veneza, quando nos mudamos para um apartamento abandonado nós o reformamos e o tornamos habitável novamente – disse. Os venezianos não querem acabar com o turismo, que é uma fonte de renda enorme, mas, como muitos locais de prestígio que agora tentam lidar com os desafios da disparada de visitantes, estão estudando como os números podem ser controlados e como os locais podem se manter na cidade. Neste ano, o conselho de Veneza votou a favor da imposição de uma taxa de entrada para visitantes para ajudar a pagar a manutenção do Patrimônio Mundial muito visitado e talvez ajudar a limitar os números.
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