Desafio no Ártico traz aventura pela sobrevivência

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quinta-feira, 28 de abril de 2005 as 14:37, por: CdB

Desafio no Ártico, que estréia na sexta-feira, não é o primeiro filme em que o ator e diretor Charles Martin Smith retrata o norte gelado do planeta descrito pelo escritor canadense Farley Mowat. Ele também já representou o trabalho de Mowat em uma adaptação do clássico “Never Cry Wolf”, em 1983.

Dessa vez, Smith ajustou a história de Desafio no Ártico do conto Walk Well My Brother, de Mowat. Visualmente falando ele se mostra capaz de retratar o território gelado e selvagem com perfeição. Mas a história de sobreviventes envolvendo um piloto arrogante e uma jovem inuit (esquimó) não chega a decolar plenamente em termos dramáticos.

Barry Pepper traz um sotaque canadense convincente e a dose adequada de arrogância ao papel de Charlie Halliday, um convencido antigo piloto da 2a Guerra Mundial que trabalha nos Territórios do Noroeste canadense para uma empresa privada de aviação, fazendo entregas de bens e pessoas.

Durante um de seus trabalhos, ele é procurado por uma família inuit que o suborna, com a oferta de duas presas de morsa, para que leve sua filha tuberculosa (Annabella Piugattuk) a um hospital em Yellowknife.

Quando uma falha no motor do avião os faz cair a 360 quilômetros do povoado mais próximo, os dois são obrigados a superar a barreira linguística e começar a lutar por sua sobrevivência, enquanto vão percebendo que é possível que não haja nenhuma operação de resgate.

Smith e três diretores de fotografia (Paul Sarossy, Jon Joffin e David Connell) captam a imponência da natureza ártica, desde a neve que os cega até os enxames de insetos, com efeito profundamente visceral, enquanto uma ligação curiosa vai se formando entre Pepper e a expressiva atriz inuit Piugattuk.

Mas, em lugar de confiar nessa relação fundamental, Smith insiste em ficar voltando à base da companhia aérea, onde o chefe de Halliday (James Cromwell) dirige uma infrutífera operação de busca e resgate. Essas interrupções constantes impedem a história de atingir um nível emocional satisfatório, deixando a história, como os personagens, sozinha a percorrer a imensa tundra gelada.