Deslizamento nas Filipinas deixa 1,5 mil desaparecidos

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006 as 10:37, por: CdB

Um deslizamento de terra ocorrido nesta sexta-feira, cobriu um vilarejo inteiro nas Filipinas, na ilha de Leyte e deixou ao menos 200 mortos e 1,5 mil pessoas desaparecidas. Segundo informações da Cruz Vermelha, após uma chuva forte intensa, a vila de Guinsaugon foi coberta por uma capa de lama de até dez metros de altura em alguns pontos. Pelo menos 500 casas e uma escola foram destruídas. Segundo a defesa civil, apenas 50 pessoas vivas foram resgatadas até agora.

Somente os topos de alguns coqueiros e alguns poucos telhados eram visíveis em Guinsaugon, que tinha uma população de 3 mil habitantes. Há 15 anos, a ilha de Leyte foi palco de um dos piores desastres naturais da história das Filipinas, quando 5 mil pessoas morreram em conseqüência de enchentes.

A presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, ordenou o envio de embarcações militares e da guarda-costeira para a área para servirem como hospitais flutuantes e centros de comando para as operações de resgate. O chefe da Cruz Vermelha nas Filipinas, Richard Gordon, disse que uma equipe de resgate já estava trabalhando no local e que um grupo equipado com cães farejadores já estava a caminho para procurar por sobreviventes.

A Força Aérea das Filipinas enviou dois helicópteros e a Cruz Vermelha disse estar tentando contactar as forças americanas que realizam exercícios militares nas Filipinas em busca de mais ajuda. Porém muitos locais estavam inacessíveis, por causa das estradas bloqueadas e de pontes derrubadas.

– É muito difícil chegar até lá no momento, porque a cidade está coberta de lama –  disse Gordon à agëncia BBC.

 Testemunhas relataram que a terra tremeu antes de uma torrente de lama e pedras cobrir o vilarejo. Dario Libatan, um dos sobreviventes descreveu o momento do deslizamento:

– O barulho foi como o da explosão de uma montanha e tudo desabou. Eu não conseguia ver nenhuma casa de pé.

A região atingida enfrentou dez dias de fortes chuvas antes do desastre. Segundo Eva Tomol, membro do governo provincial do sul de Leyte, houve 200 cm de chuvas no período. Ela disse que duas equipes de resgate do Exército foram enviadas para a região, com cerca de cem pessoas treinadas para procurar sobreviventes em meio à lama. Tomol negou que o desmatamento ilegal na região possa ter contribuído para o desastre.

 Leyte fica numa área sujeita a vários furacões por ano e sofre com tempestades freqüentes. A governadora da província do sul de Leyte, Rosette Lerias, disse que muitos moradores já haviam deixado a região na semana passada, temendo deslizamentos de terra, mas haviam começado a regressar conforme a chuva diminuía nos últimos dias.

– O solo estava realmente muito encharcado por causa da chuva. As árvores deslizavam para baixo junto com a lama –  disse ela a uma rádio local.