Pelo menos nove pessoas morreram na capital da Libéria, Monróvia, depois que soldados de paz das Nações Unidas (ONU) supostamente entraram em confronto com milicianos.
Se os incidentes forem confirmados, esta terá sido a primeira vez que as tropas de paz da ONU, que chegaram à capital Monróvia em agosto, depois de 14 anos de guerra civil, se envolveram em combates.
Há cerca de 4,5 mil soldados na força de paz da ONU.
Os milicianos têm promovido distúrbios na cidade desde domingo, exigindo pagamento imediato por terem entregado suas armas conforme previsto em plano da ONU.
O correspondente da BBC Jonathan Paye-Layleh diz que os corpos dos mortos parecem ser dos milicianos que lutaram contra o ex-presidente Charles Taylor.
Um número extra de soldados de paz está patrulhando as ruas e as escolas foram fechadas.
Protestos
Moradores da capital liberiana e policiais dizem que soldados de paz da Nigéria enviaram veículos blindados para dispersar protestos de milicianos revoltados com um toque-de-recolher noturno imposto pelo governo.
“Eles estavam realizando saques quando os soldados os confrontaram”, disse a moradora Marie Sonpon. “Quando (os soldados de paz) tentaram fazer com que parassem, eles abriram fogo.”
A porta-voz da ONU, Margaret Novicki, disse que não sabia de choques envolvendo soldados da organização.
Mas um comandante das Nações Unidas que não quis ser identificado disse que um soldado de Benin foi baleado na perna depois de confrontar um miliciano em um posto de controle.
O presidente interino do país, Gyude Bryant, advertiu em mensagem na rádio estatal que os milicianos envolvidos em distúrbios serão presos e julgados em um tribunal de crimes de guerra.
O chefe da missão da ONU na Libéria, Jacques Klein, disse que é “infelizmente um pequeno número de criminosos tentaram perturbar o que é um grande esforço internacional para trazer paz, segurança e estabilidade ao povo liberiano”.
Os mais recentes distúrbios começaram com um programa de desarmamento da ONU destinado a desmobilizar cerca de 40 mil combatentes.
Os combatentes vão receber US$ 300 cada um por entregar suas armas.